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Haitianos que vivem em Brusque se formam em curso de costura e vislumbram futuro na profissão

Curso gratuito oferecido pela Ampebr já formou mais de 500 profissionais

Há sete anos, o haitiano Ferait Fleurvil, 36 anos, saiu do Haiti, seu país de origem, para tentar uma vida melhor no Brasil.

Sua primeira parada foi no Paraná. Depois, ficou algum tempo no Rio Grande do Sul, e há pouco mais de dois anos está em Brusque. Ele veio para a cidade atraído pelas oportunidades de emprego para proporcionar um futuro melhor para a esposa e para o filho, que ainda está no Haiti.

“Decidi vir para o Brasil porque no Haiti é tudo muito difícil. Não temos emprego, não temos acesso à educação e vivemos em meio a uma crise política”, diz.

Ao chegar aqui, o haitiano tinha um objetivo: trabalhar e estudar. Recentemente, ele foi um dos formados da Escola de Costura da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampebr).

O curso, que tem duração de três meses, é gratuito e já formou mais de 500 pessoas. O objetivo é ajudar a formar profissionais especializados em uma área que hoje sofre com a escassez de mão de obra.

Ferait conta que logo que chegou em Brusque foi em busca de um curso para se profissionalizar. Ele fez seis meses de um curso no Senac e quando ficou sabendo da Escola de Costura da Ampebr não pensou duas vezes e também se matriculou.

“Minha esposa é costureira, então quando cheguei aqui fui atrás para aprender a costurar também”, diz.

Durante os três meses que frequentou a Escola da Costura, Ferait aprendeu a usar os três tipos de máquina: reta, cobertura e overlock. E agora, busca uma colocação no mercado como costureiro.

“O curso da Ampebr foi muito importante para mim. Decidi participar porque quero trabalhar como costureiro. É um serviço que eu gosto muito e que tem oportunidades de crescimento”, diz.

Ele pretende comprar uma máquina para costurar em casa e, assim, ajudar a esposa no ofício.

Quem também foi um dos formados na última turma da Escola da Costura foi o haitiano Edy Darleus. Ele está em Brusque há nove anos e decidiu fazer o curso de costura porque tem a intenção de trabalhar com facção em casa, junto com a esposa.

Ele decidiu vir para o Brasil após o terremoto que devastou o Haiti em 2010. Inicialmente, ele veio sozinho direto para Brusque e após um ano conseguiu trazer a esposa e os filhos. Hoje, a família já está estabilizada, conseguiu comprar a casa própria no bairro Limeira Baixa e vislumbra um futuro na costura.

“Sou pastor da igreja Assembleia de Deus e também trabalho como operador de máquina em uma tinturaria. Minha esposa está aprendendo a costurar agora também e pretendemos trabalhar com a costura. O curso da Ampebr foi ótimo. Eu aprendi muito. Agradeço pela oportunidade”.

Mudança de vida

Maria Isabel Daroceski é professora e coordenadora da Escola de Costura. Ela foi uma das idealizadoras do projeto que foi abraçado pela Ampebr e funciona desde 2019.

De acordo com ela, é bastante comum a presença de haitianos nas turmas do projeto. Só na turma que está em andamento no momento estão matriculados 27 haitianos que tem o objetivo de entrar para a profissão.

“São pessoas muito educadas, esforçadas e prestativas, que estão em busca de uma vida melhor. Eles aprendem muito rápido e fico muito feliz em poder ajudar e dar a eles uma qualificação profissional e contribuir com a mudança de vida”.

Curso tem uma lista de espera extensa | Foto: Ampebr/Divulgação

A professora destaca que além de ajudar os alunos a ter uma qualificação profissional, o curso também contribui com as diversas empresas do setor na região, que sempre estão em busca de costureiros.

“É muito bom ver que as pessoas saem do curso prontas para o mercado de trabalho. Temos parcerias com diversas empresas que entram em contato e nós indicamos os alunos que se encaixam naquele perfil. Muitos dos nossos alunos estão empregados na área. Isso não tem preço que pague”.

A procura pelo curso é intensa. Atualmente, 400 pessoas esperam na fila para poder se matricular. Nas aulas, os alunos iniciam com as noções básicas, depois aprendem a utilizar os três tipos de máquina utilizadas nas confecções e no último mês do curso, os alunos têm a experiência de uma linha de produção, costurando peças para empresas parceiras.

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