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Luciano Hang e empresários se mobilizam contra a reforma no Aeroporto de Navegantes

Eles entendem que o melhor seria a privatização imediata do espaço

Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e mais empresários do Vale do Itajaí se mobilizam para que a reforma do Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder, em Navegantes, não aconteça. O grupo defende que a obra não atende às necessidades atuais e pode atrapalhar a futura privatização do espaço.

Para Hang, a obra anunciada pela Infraero – responsável pelo aeroporto – é insuficiente. Ele considera que o espaço precisa de mais do que uma simples reforma nos espaços já existentes.

A licitação em andamento na Infraero prevê apenas ampliação e reforma dos atuais espaços, com climatização, novos elevadores, escadas rolantes e esteiras. Também seria melhorada a infraestrutura básica do atual prédio e a estrutura disponível para as operações aéreas.

“O Aeroporto de Navegantes é uma vergonha, parece uma rodoviária, é muito ruim”, afirma Hang. Para ele, o melhor caminho é privatizá-lo, para que a ampliação ocorra mais rapidamente.

“O aeroporto tem que ser privatizado o quanto antes. Sou a favor de privatizar todas as empresas públicas, que servem de cabide para políticos”, declara o empresário.

Ele afirma que o aeroporto navegantino tem uma localização importante, entre os portos de Navegantes e de Itajaí, por isso pode ser um relevante “hub para o transporte de cargas na região”.

Hang não acredita que a Infraero consiga atender essa demanda. Ele viaja o Brasil e afirma que alguns aeroportos administrados pela estatal foram superdimensionados e hoje recebem um terço da capacidade que têm, o que seria sinal de falta de planejamento.

Articulação
O papel de Luciano Hang pode ser fundamental para alterar os planos da Infraero para Navegantes. O empresário é muito próximo do presidente Jair Bolsonaro e teve papel destacado na campanha eleitoral do ano passado. Um “empurrãozinho” dele tem força política.

Além do brusquense, o grupo de empresários inclui o presidente do Comitê em Prol do Aeroporto Quero-Quero (Copraer), Andrey Tomazi, de Blumenau, o ex-deputado Paulo Bornhausen, entre outros.

Tomazi também considera que a futura obra inviabilizaria uma ampliação “de verdade” em Navegantes. Com isso, a concessão à iniciativa privada, a ser encaminhada pelo governo federal nos próximos anos, ficaria mais distante.

O Copraer se reunirá nesta terça-feira, 19, para discutir um discurso unificado. A ideia é se unir em torno do projeto de um Complexo Aeroviário do Vale do Itajaí, em que Navegantes seria o aeroporto comercial e Blumenau e Lontras, no Alto Vale, permaneceriam dedicados a outras atividades, como aviação executiva, formação de pilotos e garagem de aeronaves.

“Com cada aeroporto tendo a sua vocação, todos caminharíamos no mesmo propósito”, explica Tomazi.

Entre as sugestões a serem levadas ao governo federal está a inclusão de melhorias em Blumenau e Lontras na futura concessão de Navegantes. Os dois aeródromos continuariam sob a gestão pública, mas a empresa que operaria o terminal litorâneo teria obrigações de investimentos para garantir as operações em todos eles.

Blumenau
O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, concorda com a mobilização contrária à obra de reforma do Aeroporto de Navegantes. Para ele, a situação atual do aeroporto representa um gargalo para Blumenau, e só a concessão permitiria uma ampliação efetiva do espaço.

Hildebrandt apoia a ideia de priorizar a aviação executiva no Aeroporto Quero-Quero num primeiro momento. Porém, considera “uma questão de planejamento” dotar o terminal blumenauense de condições para um dia receber voos comerciais.

Nesta semana, o prefeito recebeu o empresário Félix Theiss, um entusiasta do Quero-Quero, para discutir melhorias no espaço. Hildebrandt disse que a prefeitura vai garantir o desvio da rua Franz Volles para permitir a ampliação da pista.

Também afirmou que o projeto do Corredor Estrutural Norte será alterado para contemplar o desvio da rua Doutor Pedro Zimmermann. Além disso, o município reformará a cerca do Quero-Quero e aguarda recursos da Secretaria Nacional de Aviação Civil para executar o balizamento noturno da pista.

Com os investimentos, o plano da prefeitura é dar condições de operação ao Quero-Quero e prepará-lo para uma futura concessão.