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História de dedicação: funcionária se aposenta após 52 anos no Hospital Azambuja

Maria Guiomar de Modesti iniciou sua trajetória aos 16 anos

A história de Maria Guiomar de Modesti, 68 anos, se confunde com a do Hospital Azambuja. Foram 52 anos de dedicação à instituição, de quem ela é vizinha e tem muito orgulho de ter contribuído durante mais de cinco décadas. Apesar de aposentada, ela quer manter sua ligação com o Azambuja e continuar contribuindo de alguma forma.

Sua trajetória no hospital começou em 1969, quando uma oportunidade no setor de faturamento surgiu. O pai de Maria Guiomar já trabalhava no Azambuja. Ela,que tinha 16 anos na época, foi convidada pelo monsenhor Klein para preencher uma vaga que estava em aberto.

“Foi o meu primeiro trabalho, trabalhei sempre na mesma área. Um período no faturamento de convênios, outro no atendimento do médico de Ortopedia, e fiquei desde 1998 na tesouraria, onde fazia cobrança de serviços do hospital. Antigamente, era tudo no lápis e na borracha”, lembra.

No dia 1º de maio daquele ano, ela iniciou. A data que ela escolheu para sair foi também no dia 1º de maio deste ano, mas em um hospital totalmente diferente do que quando ela começou.

O local em que dona Guiomar trabalhava mudou bastante. Ela conta que era em uma salinha, em uma época onde os serviços de raio-X, consultórios médicos, pronto socorro, banco de sangue, tesouraria e arquivo eram todos concentrados em uma área só. Ela trabalhou em uma época que o Azambuja tinha uma grande horta, uma costura bastante ativa, quando quase nada era descartável. À medida que foi necessário, a área física foi sendo expandida, a tecnologia foi avançando e as atividades foram tomando seus locais atuais.

“Não é todo mundo que conhece o trabalho do Azambuja, que é um local muito bom para trabalhar. Na época que eu comecei, a gente contava os médicos nos dedos das mãos, conhecia todos os funcionários pelos nomes. Hoje não conheço todos, são muitos. O hospital investiu muito e cresceu junto com as necessidades da cidade, e ainda precisa de mais. O Azambuja tem muitas especialidades”.

Trajetória

Dona Guiomar fala com muito orgulho da história que construiu e também de como o Azambuja cresceu desde que ela iniciou aos 16 anos no hospital. Ela admite, porém, que nem sempre era fácil lidar com o cargo.

“É um setor que não é muito fácil de lidar, é o emocional e o financeiro, mexe com as duas áreas. Tem que ter muita honestidade para ter a confiança das pessoas. Não é oba-oba, sorrindo sempre, tem que ter um equilíbrio e também não pode se envolver muito com o problema do outro”.

A ligação dela com o hospital supera a questão profissional. A proximidade da casa com o trabalho fez com que dona Guiomar criasse um vínculo muito mais forte, quase como uma segunda casa, que ela se preocupa e protege. Além disso, ela se considera filha do hospital, já que também nasceu lá, assim como uma de suas filhas.

Dona Guio, como é carinhosamente chamada, em seu último dia de trabalho no Azambuja | Foto: Arquivo pessoal

Ela conta que sempre se colocou à disposição, mesmo fora de seu expediente, para garantir que tudo corresse bem.

“Praticamente, fiquei cerca de 15 anos trabalhando sozinha no setor. Esquecia que tinha férias, Natal, horário para sair. Como eu moro muito perto, só preciso atravessar uma rua para chegar aqui, não preciso de condução, minha casa também é aqui. Sempre me coloquei à disposição. Meu pai trabalhou até os 85 anos no hospital e eu também fiquei por muito tempo, vesti a camisa do hospital. Eu trabalhei no que gostava, me senti muito feliz”, conta.

Planos para o futuro

Apesar do orgulho que tem de ter contribuído durante mais de meio século para o Azambuja, dona Guiomar admite que, por causa de sua dedicação, se privou de algumas experiências que poderia ter tido. Agora, ela pretende usar mais o tempo para viajar e também ficar com as netas.

Dona Guiomar, porém, não pretende se afastar totalmente do hospital e já pensa, para um futuro próximo, retornar para fazer um trabalho voluntário, sem compromisso de horário. Mesmo após deixar o posto, quando caminha pelo Azambuja, é cumprimentada por muitos. Alguns perguntam se ela está lá para retomar suas funções. Seu último dia de trabalho, ela lembra, foi de muitas lágrimas de emoção e também de sentimento de gratidão.

“Chega uma época da vida, que você começa a se sentir mais cansado, que é a hora de recuar. E também tem que dar espaço para os mais jovens. Sempre fiquei muito presa ao hospital, até pela distância. Mas, quando vieram os netos, queria ter um pouco mais de espaço. Nunca aprendi a viajar, fiquei ligada para o trabalho. As poucas vezes que saí, estava sempre disponível no celular para ajudar alguma coisa à distância se necessário”.


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