Homem envolvido em violento roubo no Thomaz Coelho é condenado
Rafael Selzler também é acusado de participação em outros crimes
Rafael Selzler também é acusado de participação em outros crimes
O juiz da Vara Criminal de Brusque, Edemar Leopoldo Schlösser, condenou Rafael Selzler, 25 anos, a 14 anos, três meses e três dias de reclusão, em regime inicial fechado, e ao pagamento de 128 dias-multa.
Selzler já está preso na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque. Além de ser condenado pelo assalto no Thomaz Coelho, ele também é acusado de participação em outros roubos, um ocorrido em 15 de setembro do mesmo ano, no bairro Limeira, e outro no dia 9 de setembro, em Dom Joaquim.
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Schlösser considerou que Selzler é reincidente, pois já tem condenação por roubo na Comarca de Brusque. O magistrado também levou em conta a violência do assalto e não acolheu os argumentos da defesa de que o réu estaria a trabalho em Itapema na data do crime, em 24 de agosto de 2018.
A sentença traz os relatos das vítimas sobre como foi o assalto que ocorreu por volta de 9h25 de uma sexta-feira, 24 de agosto de 2018, no bairro Thomaz Coelho.
Segundo o relato contido no documento judicial, Selzler, junto com Thiago Melo Rosa, 23, e Ives Iwerson Silva de Lima, 20 foi à residência das vítimas com um tijolo, uma faca, um martelo de borracha e um revólver,
Chegando ao local, um dos assaltantes abordou a vítima, que estava no quintal do imóvel. Ele bateu na cabeça dela com um tijolo na testa, enquanto os outros dois indivíduos presenciaram a cena.
Em seguida, o agressor agarrou a vítima pelos cabelos e disse: “eu quero o dinheiro que seu marido recebeu da rescisão”. A vítima afirmou que não possuíam dinheiro, pois a rescisão já havia ocorrido seis meses antes.
Não satisfeito, um dos assaltantes passou a agredir fisicamente a vítima, bem como utilizou uma faca para fazer cortes em sua pele. Após agredirem muito a mulher, o grupo entrou na residência.
A partir daí, o trio começou a questionar a mulher se havia mais alguém dentro da casa. Ela contou que o filho dela dormia no quarto.
Diante da informação, eles mandaram que ela fosse ao quarto e colocasse uma camiseta na cabeça de seu filho, a fim de vendá-lo, e também que ordenasse que ele ficasse ajoelhado no banheiro da residência por no mínimo 30 minutos.
A mulher subiu ao quarto e falou para o filho não se assustar porque havia três assaltantes na residência. Ela pôs a venda nele conforme mandado pelos assaltantes.
Os criminosos passaram a revirar a residência em busca por algo que pudessem levar, contudo, não encontraram nada de seu interesse. Por isso, determinaram que ela fosse ao andar de baixo do imóvel e se ajoelhasse.
Nesse momento, a vítima percebeu que um dos assaltantes, que possuía olhos azuis, estava na posse de um revólver de cor prata. O criminoso falou: “agora tu vai ver o que vamos fazer contigo, porque o que foi feito até agora foi nada”.
O assaltante pegou uma faca e fez mais cortes na vítima. Conforme o laudo pericial, ela teve lesões em várias regiões do corpo.
Na sequência, eles amarraram a vítima e passaram a golpeá-la na cabeça com o martelo. Eles diziam que iriam estuprá-la e matá-la caso o dinheiro da rescisão de seu marido não aparecesse.
Passados mais de 15 minutos da ação, o filho da mulher percebeu que os assaltantes haviam fugido do local, saiu do banheiro, pulou a janela do quarto e foi buscar auxílio dos vizinhos.
O filho encontrou a mãe no andar inferior da residência, amarrada e desacordada, com sinais de lesões praticadas com a faca e com um pano amarrado sobre sua boca.
Segundo o relatório, os assaltantes só não continuaram com o crime porque ouviram a chegada de um veículo nas proximidades e, após o condutor do automóvel buzinar, fugiram, dizendo “vamos vazar que chegou gente”.
Eles não sabiam, mas era o carro de uma autoescola que havia ido buscar uma aluna, vizinha da casa onde o crime acontecia.
O trio formado por Thiago Melo Rosa, Ives Iwerson Silva de Lima e Rafael Selzler, 25, foi desmantelado pela Polícia Militar no dia 16 de setembro, portanto menos de um mês depois do assalto no Thomaz Coelho.
Nesta data, o trio realizou um sequestro relâmpago na rodovia Antônio Heil. Eles fugiram em direção a Camboriú com as vítimas.
À noite, a PM descobriu os três em uma residência na rua DJ-024, em Dom Joaquim. Segundo a polícia, os homens fugiram e dispararam contra a guarnição, que revidou.
Dois dos suspeitos fugiram para casas de vizinhos. Durante a perseguição um dos fugitivos foi atingido e morreu, já na rua Arlindo Brogni.
Um segundo acusado foi localizado atrás de uma casa, escondido em um cômodo. Ao avistar os policiais, segundo a PM, ele começou a disparar e foi baleado pelo menos três vezes, uma na perna direita e dois no tórax.
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Os dois mortos foram Rosa e Lima. Já Rafael Selzler escapou pelo mato, mas acabou preso no dia 12 de outubro, após investigação da Polícia Civil, por isso já estava na UPA local.
Histórico
De acordo com informações do Setor de Investigação e Capturas (SIC) em outubro de 2018, os três também eram apontados como autores de outros roubos a residências no município.
O tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira, comandante da PM de Brusque, também informou que os três tinham longa ficha policial e eram suspeitos de terem praticados outros roubos e furtos no município e em Guabiruba.