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Homem preso por ameaça a juízes estava inconformado por não poder ver o filho

Em vídeos nas suas redes sociais, morador de Brusque proferiu ofensas a membros do Judiciário

O homem de 34 anos preso na manhã desta sexta-feira, 20, por proferir ofensas e ameaças autoridades estava inconformado com a atuação do poder Judiciário, por não pode visitar o filho.

Em suas redes sociais, ele publicou recentemente diversos vídeos em que criticava a atuação de juízes, que emitiram medida protetiva que o impede de se aproximar de sua ex-companheira, que está no Paraná, onde também vive o seu filho.

Nas publicações, ele reclama de estar há mais de um ano impedido de ver a criança, e promete vê-lo no Natal deste ano, independente da ordem de proibição da Justiça. O homem também reclama da atuação do Judiciário que, segundo ele, permite que a criança seja criada por um casal homossexual, referindo-se à ex-esposa. 

Além das reclamações, ele também profere xingamentos do mais baixo calão, direcionados sobretudo à juíza que cuida do caso na Comarca de Cascavel, no Paraná, e também refere-se nominalmente aos juízes Edemar Leopoldo Schlösser e Iolanda Volkmann, da Comarca de Brusque.

Nos vídeos, ele reitera a intenção de ir ver o filho em dezembro, e afirma que “ordem absurda não se cumpre”. 

“Vocês estão de sacanagem, de pilantragem, vocês são vagabundos, seus filhos de chocadeira, seus m****, vocês vão tudo tomar no **”, afirma, em uma das publicações. 

“Se até dezembro eu não ter contato com meu filho, tô embarcando, vocês vão ter que me matar porque eu não tenho medo de vocês. Se até dezembro eu não ter contato com meu filho por causa de vocês, vagabundos, corruptos, malandros, eu tô indo. Quero ver um que vai atravessar o meu caminho. Não tem um, nasceu, abriu os olhos, vai morrer”, comenta o homem, na publicação. 

O acusado também responde na Justiça em dois processos, um por ameaça e outro por difamação. Segundo a Polícia Civil, pelo fato de ter ameaçado a vida de autoridades  motivou a abertura de inquérito policial, e a representação pela prisão dele, autorizada pelo Judiciário e cumprida na manhã de sexta-feira.

De acordo com o delegado Vitor Gustavo Alves Machado, a Polícia Civil de Brusque tomou conhecimento sobre as ameaças por meio do WhatsApp. O próprio delegado recebeu um vídeo em um dos grupos que participa.

Além disso, o acusado também encaminhou um vídeo diretamente ao WhatsApp da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Brusque (Dpcami), a qual tomou conhecimento e informou ao delegado.

A partir disso, de acordo com o delegado, constatou-se que ele possivelmente possuía uma arma de fogo. Além da prisão, o celular do investigado também foi apreendido.

O delegado explica que as palavras proferidas por ele enquadram-se em crimes como desacato, injúria e difamação, além do que é considerado mais grave, o de tentativa de coação no processo, já que ele fez ameaças com objetivo de pressionar magistrados a decidirem da forma que ele queria em ação judicial.