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Hospitais da região registraram mais de 100 pessoas mordidas por animais em 2015

Não existe um perfil específico dos pacientes que chegam para tratar mordidas

Mais de 100 pessoas foram atendidas por causa de mordidas por cães, gatos ou outros animais neste ano na região. Números dos dois maiores hospitais de Brusque, o Azambuja e o Evangélico, mostram que foram realizados 110 atendimentos por mordeduras (termo clínico para mordidas) entre janeiro e novembro. Em Guabiruba, foram outras 28 ocorrências em seis meses. Embora em sua maioria não sejam acidentes graves, há, sim, ferimentos que podem levar uma pessoa a sérias complicações, se não forem bem tratados.

Somente no Hospital Azambuja, conforme estatística da Comissão de Controle Infecção Hospitalar, 82 pessoas foram atendidas desde o começo do ano. Agosto, outubro e janeiro foram os meses que registraram mais ocorrências: nove. Já no Hospital e Maternidade Evangélico o número total até o fim de outubro é de 28 atendimentos por mordeduras – quantidade bem menor do que os 61 dos 12 meses de 2014.

Na Associação Hospital de Guabiruba foram 28 atendimentos de pacientes mordidos por cães de maio a outubro, segundo levantamento da direção da instituição. A diretora Roseli Kohler afirma que até abril os casos eram atendidos, mas não tabulados. A partir deste mês este tipo de ocorrência chamou tanto a atenção que passou a integrar a estatística.

Os números não chegam a ser uma surpresa para os profissionais de saúde. A enfermeira Alicia Fagundes Stefani, do Serviço de Controle e Infecção Hospitalar (SCIH), do Evangélico, afirma que a maioria destes casos é simples. Ela diz que não houve registro de nenhuma ocorrência mais grave, na qual a pessoa precisou de cirurgia ou um tratamento maior. “Depende do tamanho da lesão, mas geralmente é dado o remédio para a dor e feito o curativo no local”, explica.

Não existe um perfil específico dos pacientes que chegam para tratar mordidas. Há tanto adultos quanto crianças. No entanto, estatisticamente as crianças são mais mordidas por animais do que os adultos. Já com relação aos bichos, os cachorros são responsáveis pela maioria esmagadora das ocorrências, segundo Alicia.

Procedimento padrão

Geralmente, as mordidas de cães, gatos e outros animais não trazem grandes consequências além da dor. Porém, o risco de contaminação por raiva e outras doenças existe e é motivo de preocupação dos órgãos de saúde, tanto é que o Ministério da Saúde possui um protocolo único de atendimento em casos de mordeduras.

A enfermeira do Evangélico explica que o primeiro passo nestes casos é notificar a Vigilância Sanitária do município. O órgão é responsável por localizar o cachorro que mordeu o paciente, para avaliar se ele está infectado com alguma doença. O tempo de observação varia, mas, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, pode chegar a dez dias.

Os profissionais que fazem o atendimento na emergência também se preocupam em checar a caderneta de vacinação do paciente. Alicia diz que quando se trata de criança, normalmente, os pais já levam o documento junto; quando é adulto, o normal é perguntar à vítima. Não existe uma vacina específica para mordeduras no calendário de injeções, porém, as imunizações são importantes para a defesa do corpo.

Alicia explica que se necessário o hospital também avisa a Vigilância Sanitária para que uma dose da vacina antirrábica seja disponibilizada. Esta injeção é específica para combater as bactérias prejudiciais que foram transmitidas pelos animais.

A enfermeira afirma que é muito raro haver complicação em casos de mordidas, contudo, existe um risco se a pessoa não for atendida por um profissional da saúde. “A pessoa pode ter uma infecção no local, que pode se alastrar para o resto do corpo”, afirma Alicia. Por este motivo, a recomendação dos órgãos de saúde é uma só: assim que for mordida, a pessoa deve ir ao hospital.