Hospitais de Brusque registram queda de atendimentos e de ocupação de leitos durante pandemia
Administradores garantem que locais são seguros para população em geral, com esquemas especiais para suspeitos de coronavírus
Os hospitais de Brusque registraram uma diminuição nos atendimentos de consultas e cirurgias por conta da pandemia do coronavírus. No dia 17 de março, o governo do estado de Santa Catarina havia suspendido a realização de cirurgias eletivas, medida que foi revogada posteriormente.
No Hospital Azambuja, as cirurgias eletivas voltaram a acontecer desde o início de abril, e nenhum atendimento está sendo prejudicado por conta do Covid-19.
No entanto, o administrador do Azambuja, Evandro Roza, conta que o volume de cirurgias no hospital caiu, o que acabou diminuindo a ocupação na ala cirúrgica. “O medo acaba afastando um pouco as pessoas do hospital. O paciente sumiu do consultório, principalmente no aspecto cirúrgico”, diz.
Roza afirma que o hospital está buscando alternativas financeiras para se manter neste momento e ele acredita que deve receber ajuda financeira do estado em breve.
“Falando como gestor hospitalar, as pessoas não precisam ter receio de fazer as consultas e as cirurgias eletivas. Nossa equipe está preparada para receber os pacientes”, diz.
Roza destaca que há uma estrutura organizada e segura para receber pessoas com suspeita de coronavírus e também os outros pacientes.
“Hospital tem leitos para isolamento e também as áreas separadas. Por exemplo, o centro cirúrgico não tem nenhuma ligação com a questão do Covid-19. As pessoas estão tomando os cuidados orientados pelas autoridades de saúde, nós também estamos preparados, com todos os cuidados para atender os pacientes”, garante.
As cirurgias eletivas também já voltaram a acontecer no Hospital Imigrantes, e todos os serviços já estão disponíveis para os pacientes. A gerente de operações, Fernanda Rodrigues, destaca que eles disponibilizam todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para pacientes e médicos durante os procedimentos.
Fernanda relata que o movimento no hospital caiu bastante e que isto prejudica e preocupa a instituição, que é privada e tem como única fonte de receita os atendimentos que realiza.
“Já tivemos uma diminuição da receita desde que tudo começou e a gente se preocupa de que como serão os próximos meses se a gente não conseguir retomar as atividades de forma gradativa. Não recebemos verba de nenhum lugar. As pessoas estão seguindo a orientação do Ministério da Saúde, mas o hospital está preparado para receber os pacientes”, reforça.
O Imigrantes preparou um esquema especial para dar maior segurança aos pacientes, fazendo uma triagem assim que a pessoa chega na porta do hospital. Quem apresentar sintomas respiratórios, é encaminhado para uma recepção e um consultório específico, e recebe máscaras e luvas.
O paciente que precisa ser internado, se tem suspeita de coronavírus, é encaminhado para um quarto com acesso restrito, e toda a equipe que faz acesso ao quarto, entra com os EPIs necessários.
“Estamos também seguindo os protocolos e recomendações de medicações dentro do que o Ministério da Saúde tem padronizado para uso. Neste momento, não temos nenhum caso suspeito ou confirmado no hospital. A situação está bem controlada em Brusque, como disse o secretário [da Saúde] Humberto Fornari”, diz Fernanda.
O administrador do Hospital Dom Joaquim, Raul Civinski, diz que a quantidade de atendimentos diminuiu, mas que vem retomando aos poucos.
“A questão financeira é sempre uma preocupação. Tivemos uma diminuição significativa de entradas, mas estamos sendo criativos, contendo despesas e esperando que a situação logo se regularize”, afirma.
Por enquanto, as cirurgias eletivas via SUS ainda não estão acontecendo na mesma quantidade que antes do início do isolamento, mas a expectativa é que normalize em breve.
Civinski afirma que o Dom Joaquim aplicou os protocolos repassados pelos órgãos de saúde pública e qualificou a equipe para lidar com as novas demanadas
“Estamos preparados para que possa dar o melhor atendimento possível à população neste momento. Colocamos toda a estrutura à disposição”.