Hospital Azambuja apresenta números do primeiro semestre e anuncia novos investimentos
Instituição buscará agregar serviços de alta complexidade para atender a região
O administrador do Hospital Azambuja, Evandro Roza, realizou uma entrevista coletiva nesta terça-feira, 10, para prestar contas do primeiro semestre. Durante a explanação, ele anunciou que a instituição terá um novo centro de urologia e que busca contar com mais serviços de alta complexidade.
Foram atendidas 91.209 pessoas durante o primeiro semestre, o que perfaz uma média mensal de 15,2 mil atendimentos. O volume é maior do que a média do ano passado, que foi de 14,1 mil.
O hospital também realizou 3.704 cirurgias no primeiro semestre deste ano. A média mensal ficou, portanto, em 617,33, acima da mediana de 2017, que foi de 595,83.
A instituição conta com 110 médicos no corpo clínicos. São distribuídos entre plantonistas de sobreaviso, de presencial, pronto-socorro, ambulatório pediátrico e ambulatório adulto e radiologistas.
Roza afirmou que os números e a caraterística do Azambuja o tornam regional de fato, embora ainda não seja reconhecido desta forma por outras instâncias de governo. Durante a entrevista, informou, por exemplo, que serão feitos alguns exames para o município de São João Batista.
Roza fez questão de ressaltar a estrutura que o hospital tem à disposição dos pacientes de convênios, particulares e SUS. Ele revelou na apresentação que há 451 funcionários, somando-se desde a manutenção até a enfermagem.
Investimentos e serviços
Para atender uma das principais demandas na cidade, o Hospital Azambuja conta com ambulatório pediátrico, no qual quatro médicos trabalham. O atendimento vai até 22h, atualmente, mas o administrador anunciou que existe a intenção de estendê-lo até meia-noite.
Roza anunciou que um centro de urologia deverá ser inaugurado em setembro deste ano. Ele explicou que a demanda por um local apropriado para essa especialidade deve-se ao porte da cidade. Também foi avaliado junto aos médicos que existe a necessidade de exames e atendimentos nessa área.
Outro investimento destacado por Roza foi a hemodinâmica. É um exame que identifica a obstrução das artérias coronárias ou avalia o funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco com a finalidade de diagnosticar uma possibilidade de infarto agudo do miocárdio ou determinar a exata localização da obstrução que está causando este infarto.
O administrador disse que a hemodinâmica será muito importante para as áreas de cardiologia, vascular e neurocirurgia. O diretor-técnico do hospital, Eugênio José Paiva Maciel, que também é cardiologista, também destacou a importância da hemodinâmica.
Maciel contou que atende diariamente de dois a três pacientes infartados. Os que são atendidos via SUS precisam ser transferidos para outros hospitais para cateterismo e outros procedimentos mais complexos.
“Acreditamos que a hemodinâmica será um divisor de águas para o hospital”, afirmou Evandro Roza.
Conversa antiga em Brusque, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal também é um foco de investimento para os próximos meses. Roza já tem reunião marcada com representantes do estado, da Rede Cegonha, sobre esse assunto.
“Falamos com o secretário de Estado da Saúde que tem demanda reprimida no estado”, comentou o administrador.
O investimento no centro ortopédico, mais moderno, também foi destacado pelo administrador. Também foi apresentado um projeto, previsto no plano diretor, para a total remodelação e modernização do hospital.
O planejamento inclui a construção de uma torre. O projeto é orçado em mais de R$ 20 milhões. Por enquanto, não existe previsão de recursos, mas o administrador afirmou que a intenção é torná-lo realidade no futuro.
Captação de órgãos
O diretor-técnico destacou que o Hospital Azambuja tem captado cada vez mais órgãos. Também médico no Hospital Santa Isabel, em Blumenau – referência em transplantes no país -, Maciel disse que a evolução é resultado de um trabalho intenso da equipe da instituição, inclusive da enfermagem.
“Mudamos uma cultura em Brusque”, afirmou o diretor-técnico, referindo-se à maior aceitação dos familiares à retirada de órgãos. Segundo Maciel, a intenção é que no futuro sejam feitos não só explantes, mas também transplantes.
Novo hospital
Perguntado se a abertura do Imigrantes Hospital e Maternidade, o antigo Hospital Evangélico, contribui para a saúde local, o administrador disse que prefere esperar. “Temos que deixar acontecer. Acredito que não existe milagre e não se faz saúde com palavras, é na prática”.
“Não consigo entender. Vou abrir um hospital com pronto atendimento de dois meses e vou internar onde? São coisas que ficamos na dúvida. Posso chegar com pneumonia lá e vou ser internado onde? No Azambuja”, afirmou.
“O Azambuja é imigrantes há 116 anos. Vamos deixar acontecer. É uma sociedade anônima, não vejo possibilidade de atender SUS. Quem atende SUS é filantropia”.
Recursos e segurança
Roza informou que já foram captados R$ 6 mil por meio da campanha de doação para o hospital na conta de energia elétrica. Segundo ele, o andamento está acima da expectativa.
O administrador também comunicou que foram instaladas câmeras em todo o complexo de Azambuja. Dezesseis aparelhos estão em funcionamento, num investimento estimado em R$ 61 mil, custeado por hospital, seminário e santuário.