Hospital Azambuja fala sobre experiência com enfermeiras do Ceará no combate à Covid-19
Profissionais já retornaram para Fortaleza; duas delas ficaram em Brusque e passaram a integrar o quadro de colaboradores do hospital
O Hospital Azambuja recebeu no início do mês de agosto uma equipe de 12 enfermeiras de Fortaleza, capital do Ceará. Elas atuaram na linha de frente no tratamento de pacientes com Covid-19.
A vinda das profissionais foi realizada através de um convênio firmado entre o hospital e a Coopernordeste. Ela foi realizada pelo aumento do número de casos confirmados de coronavírus na região na época. Além da projeção que havia, do pico da doença ser no mês de agosto.
Com a diminuição do número de casos de Covid-19 em Brusque nas últimas semanas e a queda na demanda de atendimentos para a doença, o período de atuação das enfermeiras que seria de três meses foi reduzido.
No dia 15 de setembro elas encerraram os serviços prestados ao Hospital e retornaram para a capital cearense. Duas delas, entretanto, ficaram em Brusque. Elas receberam a proposta de contratação do hospital e agora passaram a integrar o quadro de colaboradores da instituição.
Acolhida
Uma delas é a enfermeira Maria Vanessa do Nascimento Sampaio, de 26 anos. Ela, que não pensava em sair de Fortaleza e nunca havia ouvido falar sobre Brusque optou em encarar o desafio para ter novas experiências e poder aprender ainda mais com a profissão.
Desde que chegou ela atuou no pronto-socorro do hospital e teve uma importante troca de conhecimento. “É uma grande oportunidade de crescer como profissional e ser humano também. Tive uma experiência incrível com os demais colaboradores daqui, tanto os médicos, como enfermeiros, técnicos, entre outros. Aprendi muito com eles no dia a dia e fui muito bem acolhida por todos, mesmo sem conhecer ninguém. Foi pouco mais de um mês, mas todos esses dias trabalhei feliz e motivada, pois aprendia sempre, já que foi uma escola para mim estar aqui”, ressalta.
Além de atuar no hospital, nas horas vagas Maria Vanessa também passou a se dedicar como cuidadora de uma senhora, o que também a motivou a continuar em Brusque exercendo a profissão. Feliz com as novas oportunidades ela fala sobre as expectativas futuras.
“Penso em um dia trazer meus pais para morar aqui também, em especial por Brusque ser uma cidade mais tranquila e segura, comparada com a realidade de Fortaleza. Além disso, a forma como fui acolhida no hospital, me motivou a continuar. Agradeço muito a oportunidade que tive e que estou tendo em exercer minha profissão”, complementa ela, que agora atua na ala de isolamento da Covid-19 no hospital.
Amor pela profissão
Aceitar a proposta em continuar em Brusque e atuar como colaboradora do Hospital Azambuja também foi a decisão da técnica em enfermagem e socorrista profissional Vanderlea Tavares de Freitas, 48 anos.
Assim como Maria Vanessa, desde a última semana ela optou em continuar exercendo sua profissão por aqui.
“Foi algo novo, um grande aprendizado e uma experiência enriquecedora, em especial no contato com o próximo. Fui muito bem acolhida, pude esclarecer muitas dúvidas e contei com pessoas dispostas a me ensinar também. Fiquei apaixonada pelo hospital e pela acolhida que tive aqui e, quando soube da vaga para ficar, não pensei duas vezes”, comentou ela que inicialmente trabalhou na UTI Covid e agora atua também na ala de isolamento do Coronavírus do hospital.
Mesmo com a saudade da família ela pretende continuar trabalhando em Brusque e faz planos futuros para que os filhos possam vir para a região no ano que vem, também em busca de oportunidades.
“Estou muito feliz, realizada e tenho aprendido cada dia mais. Agradeço a Deus e espero continuar fazendo meu trabalho da melhor forma possível”, acrescenta.
Troca de experiências e culturas
Segundo a gerente assistencial do Hospital Azambuja, Irmã Olinda Antônio Costa a experiência com as profissionais cearenses foi e está sendo única, à medida que oportuniza a troca de conhecimento e vivência entre as equipes e os profissionais envolvidos.
“Para ambos os lados, tanto de quem veio de outro estado como para nós, daqui, foi uma experiência extraordinária. E o que uniu essas duas realidades foi o amor à profissão, a necessidade de fazer o bem para o outro. Das 12 enfermeiras, 10 ficaram aqui durante o período acordado e duas delas agora foram contratadas. Elas abraçaram a causa e agradecemos, tanto a elas como a Deus, por essa oportunidade que tivemos como instituição, que foi algo enriquecedor”, avalia a irmã.