Hospital Azambuja promete zerar cirurgias represadas até mês que vem
Prefeitura nega que esteja devendo e quer mais agilidade na realização de procedimentos
Prefeitura nega que esteja devendo e quer mais agilidade na realização de procedimentos
O administrador do Hospital Azambuja, Fabiano Amorim, diz que a demanda reprimida de cirurgias será zerada até o fim do mês que vem. Segundo ele, há cerca de 40 operações que já estão autorizadas e precisam ser realizadas.
Essa informação foi repassada por Amorim a representantes da Secretaria de Saúde em reunião realizada na semana passada. Foi a segunda rodada de negociações entre a prefeitura e o hospital.
Conforme O Município noticiou na semana passada, havia 125 Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) já pagas, porém ainda na fila, de acordo com a Secretaria de Saúde. Esse assunto também foi discutido na última reunião.
“Tem cirurgia para fazer sim, estão programadas para até o final do mês que vem”, afirma o administrador do Azambuja. Ele diz que a fila represada é de aproximadamente 40 operações, pois as demais já foram realizadas, conforme informado na reunião à secretaria.
De acordo com Amorim, o atraso é resultado da demanda por cirurgias de emergência. Quando um paciente acidentado precisa ser operado emergencialmente, outro que tinha cirurgia eletiva (pré-agendada) precisa ser reagendado. Essa situação se acumula com o tempo.
Segundo Amorim, somente nos dez primeiros dias de maio foram feitas 157 cirurgias pelo SUS. A média mensal é de 350 procedimentos, entre eletivos e emergenciais. O administrador diz que é obrigação a atender a demanda, contudo, ele pondera que a prefeitura também deve cumprir com a sua parte.
“Até o final do próximo mês liquidamos o que tem de cirurgia. A prefeitura ficou de correr atrás dos recursos financeiros que estão em aberto com a gente, o excesso de produção e tudo mais, e cada um ficou com uma tarefa para resolver”, diz Amorim.
Cobrança por cronograma
O secretário de Saúde, Humberto Fornari, não participou da reunião, mas se inteirou sobre o assunto. Segundo ele, foi cobrado um cronograma de cirurgias eletivas por parte do Azambuja. “É importante uma resposta mais concisa e menos vaga”, afirma.
A Secretaria de Saúde quer saber quando cada paciente será operado. Em caso de cancelamento, também quer saber para quando o procedimento foi adiado e o motivo do reagendamento. Fornari cobra que a lista tenha a posição de cada paciente, seja ele do SUS, particular ou de convênio.
Segundo o secretário, a informação repassada por Amorim foi que, das 125 AIHs atrasadas, 70 já foram realizadas, portanto faltam, de acordo com ele, cerca de 65 cirurgias – número divergente do informado pelo hospital.
“Ele não conseguiu comprovar os débitos, existem documentos em análise da auditoria, o que é um procedimento normal”, afirma Fornari. “O município não deve absolutamente nada para o Hospital Azambuja de janeiro para cá”, completa.
Contrato
De acordo com o secretário de Saúde, o contrato de prestação de serviços entre a prefeitura e o Hospital Azambuja encerra-se em setembro. Para a renovação, será feita uma avaliação e, se necessário, o próximo termo poderá passar por “readequações”.
Segundo Fornari, havia demanda por cerca de 270 cirurgias neste ano, mas apenas 71 foram feitas. Esse número será reavaliado antes de assinar o próximo contrato. “Estou pedindo mais uma reunião para colocar de maneira clara e transparente”, afirma Fornari.