Hospital Azambuja realiza primeira cirurgia cardíaca de aneurisma; conheça procedimento
Equipes recebem pacientes de Brusque, Guabiruba, Gaspar e Botuverá
Equipes recebem pacientes de Brusque, Guabiruba, Gaspar e Botuverá
O Hospital Azambuja, em Brusque, realizou a primeira cirurgia cardíaca de aneurisma aorta neste mês de julho. A equipe de cirurgiões foi liderada pela doutora Rochele Lorenzi Pol. Para cirurgias na área de cardiologia, o hospital recebe paciente de Brusque, Guabiruba, Gaspar e Botuverá.
A emergência médica é caracterizada por uma lesão na parede interna da artéria aorta, que se inicia no coração e termina na quarta vértebra lombar e é a maior e mais importante do sistema circulatório, de onde partem praticamente todas as artérias que irrigam nosso organismo.
Segundo a doutora Rochele, a patologia requer abordagem cirúrgica de emergência devido à sua elevada letalidade, com risco de morte de 1% por hora nas primeiras 24 horas e mortalidade de 80 a 90% no final da primeira semana.
“A lesão permite que o sangue invada as camadas mais internas da aorta, forçando um caminho que separa a camada mais interna da camada média. Essa condição pode diminuir a irrigação em determinados órgãos ou, nos casos mais extremos, provocar o rompimento da camada mais externa, o que leva a hemorragia e constitui um quadro grave que precisa de atendimento imediato. Tivemos sucesso nessa cirurgia, com uma boa recuperação do paciente”, avalia a médica.
Na última semana, também foi realizado pela equipe da Hemodinâmica do Hospital Azambuja o primeiro procedimento de ablação em paciente com taquicardia paroxística – Síndrome de Wolff-Parkinson-White.
A doença congênita e rara, gera taquicardias e arritmias, que reduzem a eficiência do coração.
As manifestações clínicas incluem sudorese, dor no peito, cefaleia, dificuldades respiratórias, letargia, sensação de desmaio, perda de apetite, palpitações rápidas e visíveis no tórax, incluindo insuficiência cardíaca.
Estes sintomas foram descobertos por Clésio Ribas, de 44 anos, há quatro meses, quando recebeu o diagnóstico da Síndrome.
Foram algumas idas e vindas ao hospital em busca de atendimento e com a sensação de que estava perdendo a vida, como ele mesmo conta.
A partir disso, ele entrou na fila para realizar o procedimento de ablação via SUS em Itajaí, até então referência nesse tipo de atendimento.
Porém, diante da alta complexidade em cardiologia conquistada pelo Hospital Azambuja, Ribas pode realizar a ablação em Brusque, onde mora com sua família, na última semana, momento em que seu quadro se agravou e ele buscou novamente atendimento na Instituição.
“Agradeço todas as equipes que me atenderam, a sensibilidade dos médicos e a persistência em liberar a ablação de forma ágil. Vi aqui, com todas as equipes, o amor e o cuidado que têm com as pessoas, algo que me emociona bastante. A gente tem que ser mais humano, porque nossa vida é um fio”, comenta Ribas, que nunca perdeu a esperança de resolver seu problema o mais rápido possível e dar sequência aos seus projetos e à vida com sua família.
O diretor técnico do Hospital Azambuja, doutor Eugênio José Paiva Maciel, explica que o procedimento de ablação no caso de Síndrome de Wolff-Parkinson-White foi inédito na Hemodinâmica.
“A ablação consistiu em cancelar o módulo anômalo, para que o paciente voltasse a ter o ritmo normal do coração, pudesse retomar suas atividades diárias, sem uso de medicamentos. É algo que nos deixa muito satisfeitos, poder realizar procedimentos como este, como também a cirurgia cardíaca de aneurisma e todas as outras que estão ocorrendo no Azambuja. Temos hoje uma equipe multidisciplinar dentro da área cardíaca, com cirurgiões, cardiologistas intervencionistas, eletrofisiologistas, ou seja, cobrimos todas as doenças da parte de cirurgias cardíacas”, ressalta.
O fluxo inicial de pacientes para realização de cirurgias e procedimentos na área de cardiologia é encaminhado via Central de Regulação do Estado, são moradores da própria cidade de Brusque e também dos municípios de Guabiruba, Gaspar e Botuverá.
“Temos uma equipe preparada para receber, viabilizar e otimizar o tempo de atendimento para estes pacientes cardíacos. Semanalmente estamos realizando cirurgias cardíacas no hospital, além de todos os demais procedimentos que já realizávamos, como angioplastias e cateterismos”, complementa doutor Eugênio.
“Não tem lugar parecido”: como Botuverá tornou-se caso raro de preservação do dialeto bergamasco no mundo: