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Hospital Dom Joaquim comemora 50 anos

Mesmo com a crise de 2006, a unidade hospitalar se reergueu e comemora 50 anos neste mês

Em 1964, mulheres em trabalho de parto do bairro Dom Joaquim, de bairros próximos e da cidade de Botuverá se dirigiam a uma casa chefiada por freiras. Lá, as mães davam à luz em braços de parteiras da comunidade. Com a procura intensa pelos atendimentos, as freiras e as parteiras resolveram ampliar a estrutura e os serviços da casa de parto. Para isso, fundaram, em 15 de setembro daquele ano, o Hospital e Maternidade Dom Joaquim.

Por meio de relatos de antigos diretores, a enfermeira e gerente administrativo do hospital, Vera Lucia Civinsk, conta que a estrutura na época era precária. “O casarão de dois andares é o mesmo, mas naqueles anos era mais antigo e com muitas árvores em frente ao terreno”, diz. No entanto, com a intervenção de padres – diretores presidentes – e das irmãs, a casa de saúde se expandiu. A estrutura física principal se manteve, mas novos médicos e enfermeiros foram contratados para a ampliação dos serviços.

Há 27 anos no hospital, a técnica em enfermagem Rosa da Silva Fachi, de 53 anos, lembra que quando começou a trabalhar lá, havia somente uma sala de parto, em que também eram realizadas as cesarianas. Diferente da estrutura atual, a maternidade ficava no térreo e a clínica médica no segundo piso.

Além da clínica, a parte superior da casa abrigava também um lar de idosos com 14 pessoas. “Tinha um velhinho que ficou 11 anos conosco. Ele não tinha família. Acabou morrendo no hospital e nós tivemos de providenciar o enterro”, diz. Com os passar dos anos e com a evolução do hospital, as freiras – que também residiam na casa de saúde, em uma ala chamada clausura – decidiram mover os idosos para lares especializados.

Rosa lembra também que a frágil estrutura do hospital se prejudicava ainda mais em dias de chuva. Ela brinca que os pacientes e os funcionários precisavam andar de guarda-chuvas tanto na parte externa quanto na parte interna. “Quando chovia, e como os velhinhos ficavam na parte de cima, nós tínhamos de tirar eles de lá e levarmos para a parte de baixo”, relembra.

Na época, o hospital contava com 20 leitos, cerca de 5 médicos e 10 atendentes e enfermeiras. Hoje, são 48 leitos comandados por mais 20 médicos e por 50 enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutricionistas, copeiros, higienizadoras e demais funcionários. Inaugurado como maternidade, atualmente a casa de saúde atende em áreas como oftalmologia, ortopedia, ginecologia e obstetrícia.

Crise de 2006

Devido a problemas financeiros, o Hospital e Maternidade Dom Joaquim fechou as portas durante 90 dias em 2006. As irmãs deixaram o local em 31 de agosto daquele ano e a partir de então, a casa de saúde precisou se reerguer. A gerente administrativo conta que a diretoria não sabia como proceder para superar as dívidas.

“Não tínhamos convênio. Somente o Sistema Único de Saúde (SUS), e com ele é muito difícil manter um hospital. Após esses 90 dias, a diretoria, que é composta por membros aqui da comunidade, resolveu reabrir o hospital porque as pessoas necessitavam de atendimento. Para isso, ela foi atrás de convênios e remodelou o hospital. Assim, atraímos outros convênios. Há 50 anos o Dom Joaquim era uma casa de parto, agora é um hospital com centro cirúrgico, pronto atendimento e exames para atender a população”, orgulha-se.

A evolução na estrutura e na qualidade do serviço também é celebrada pela gerente financeiro, Katia Mota Justen. Ela trabalha no hospital há 11 anos e acompanhou a crise a reerguida. “Quando eu cheguei era bem diferente. Os móveis e os quartos era bem antigos. Agora temos móveis novos e estrutura mais moderna. A crise de 2006 fortaleceu o hospital. Ele reabriu as portas e aos poucos ganhou uma cara nova”.

Novidade

com o progresso dos últimos anos, a enfermeira e gerente administrativo do Dom Joaquim garante que o hospital ainda planeja novas estruturas e novos serviços. Uma Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) para o atendimentos de idosos é um dos projetos para os próximos anos. “Nós acreditamos que esse tipo de atendimento favoreceria o hospital. Os idosos exigem cuidados mais especiais e o hospital não pode realizar esse tipo de atendimento ainda. Não é um projeto que está escrito, mas estamos pensando”. Vera ressalta ainda que a casa “sempre tem projetos”, contudo, na área da saúde “é difícil executá-los”.