Hotéis de Brusque vivem sob constante instabilidade por causa da pandemia
Número de hóspedes ainda é baixo e perfil tem mudado após cancelamento de grandes eventos
Número de hóspedes ainda é baixo e perfil tem mudado após cancelamento de grandes eventos
A rede hoteleira de Brusque enfrenta uma grande instabilidade há meses em virtude da pandemia de Covid-19. Por 80 dias, os hotéis ficaram sem funcionar, mas a evolução do número de casos na cidade e no Brasil inteiro mudou o perfil dos hóspedes e reduziu muito o movimento.
Grandes eventos na cidade foram cancelados, ou realizados apenas com programação online, como a Fenarreco, Fenajeep e Pronegócio, que atraiam muitos visitantes para a cidade. Com o turismo praticamente parado, a maioria dos hóspedes vem até Brusque para negócios.
“É uma crise de demanda, não por causa do preço, por isso não temos uma proposta agressiva de diminuição dos preços, por exemplo. A demanda por hospedagem cresce, neste momento, de maneira muito tímida. As diárias de representantes, profissionais que vem a Brusque trabalhar, tem mostrado uma melhora”, explica Luis Felipe Zen, gerente-geral do Hotel Monthez.
Além disso, a preocupação com a segurança de hóspedes e funcionários é grande no setor hoteleiro. As medidas de segurança são seguidas à risca para que a hospedagem seja segura para todos.
“Estamos pensando em reabrir as piscinas em setembro, mas claro com todas as medidas necessárias. Assim como no restaurante e hotel, que está com 50% da capacidade. Estamos colocando os apartamentos em quarentena. Então, o apartamento que é ocupado, só vai ser utilizado depois de três dias e de uma rigorosa limpeza. A gente bloqueia o apartamento após o check-out por três dias. Isto garante uma segurança maior ao hóspede e também ao colaborador, que não corre o risco de estar limpando um apartamento infectado”, conta Zen.
Segundo o gerente do Hotel Veneza, Leandro Padilha, a expectativa para esse ano é muito baixa, já que esses eventos faziam parte do calendário dos hotéis de Brusque. Ainda com o movimento baixo e instável, os hotéis tiveram que reduzir os custos para continuarem funcionando.
“A medida que estamos tomando é a diminuição de custos ao máximo. Tivemos que fazer algumas demissões, redução salarial por alguns meses. Para esse ano, acho difícil retomar. O setor de eventos afetou diretamente o setor de hotelaria. Esperamos que talvez em janeiro, quando muita gente se hospeda em Brusque para visitar praias do litoral e fazer compras, isto já tenha passado”, diz.
Além disso, o número incerto de hóspedes obriga os estabelecimentos a tomarem ações específicas de acordo com a demanda diária.
“As atividades não retornaram à normalidade, então a gente tem tido uma ocupação muito variável. Não tem uma frequência mais regular, não dá para estabelecer números e metas a serem atingidas”, explica Gisela Gracher Stieven, proprietária do Hotel Gracher.
Gisela explica que a instabilidade dos decretos e a insegurança em relação ao aumento ou diminuição das restrições ainda afeta os hotéis.
“Houve uma possibilidade de fechar tudo há 15 dias, estava passando por uma instabilidade, o mercado retrai. Ainda vivemos um momento de melhoras gradativas, não é mais como estava em abril, maio, mas ainda muito longe de um cenário de normalidade. Estamos vivendo um dia de cada vez”.