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Idealizado por Aldo Krieger, órgão de tubos de 1,2 mil flautas faz parte da história do coro

As vozes do Coro Luterano de Brusque são sempre acompanhadas por instrumentos musicais. Desde o início, a comunidade luterana contava com harmônios: a inauguração da primeira capela, em 1872, contou com um harmônio doado pela Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart, conforme consta nos registros da igreja. O instrumento foi vendido em 1904, já após a aquisição […]

As vozes do Coro Luterano de Brusque são sempre acompanhadas por instrumentos musicais. Desde o início, a comunidade luterana contava com harmônios: a inauguração da primeira capela, em 1872, contou com um harmônio doado pela Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart, conforme consta nos registros da igreja.

O instrumento foi vendido em 1904, já após a aquisição de um novo. No ano de 1900, o mais novo harmônio foi inaugurado no culto de Natal. Ele foi comprado com a ajuda da comunidade, que emprestou o dinheiro necessário. Esse instrumento resistiu até 1940, quando o Cônsul Carlos Renaux doou um órgão à igreja.

Este novo instrumento foi inaugurado em 1942, juntamente com a reinauguração da igreja. A organista Hildegard Hoffmann tocou músicas sacras e o Coral de Trombones também se apresentou. Anos mais tarde, esse órgão foi vendido para uma comunidade de Itajaí, porém, como algumas peças se perderam, ele não foi montado novamente.

O atual órgão que acompanha o coral da Igreja Luterana foi adquirido em 1958, e a compra foi feita com ajuda da comunidade: a campanha foi iniciada por Aldo Krieger e cada família comprou uma flauta do instrumento. Empresas da cidade também colaboraram e, em 1960, o órgão foi inaugurado em um grande concerto, com o pastor Willi Stein, de Rio do Sul, como organista. Construído em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, o órgão da marca Bohn possui 1,2 flautas flautas.

“O órgão de tubos da igreja tem um valor incalculável no sentido espiritual, cultural e sentimental. Através da música e canto a comunidade testemunha sua fé e sua devoção a Deus”, diz o pastor Cláudio Schaefer. De acordo com ele, instrumentos como este fazem parte da tradição religiosa luterana.

Reprodução do convite para concerto de inauguração do instrumento, em 1960 | Reprodução

Dorly Teske, que foi coralista na época da instalação do órgão, relembra o quando o maestro batalhou pelo instrumento: “O Aldo Krieger foi o instalador do órgão de tubos. É maravilhoso escutar, ele tem um som lindo, e ainda acrescentado à acústica da nossa igreja. Colabora muito com os cantos”.

“Temos uma eterna gratidão ao maestro Aldo Krieger, que tornou realidade o sonho de termos este instrumento musical na igreja, bem como aos benfeitores que ao longo de quase 60 anos ajudam na sua conservação”, diz Schaefer.

O pastor conta que a comunidade contava com organistas voluntários, e destaca a colaboração de Rainério Krieger e de sua filha, Rafaela. Nos últimos vinte anos, a igreja contratou um músico, o organista Anderson Klabunde, para acompanhar os cultos nas manhãs de domingo.

Reformas
Em 2014, o instrumento que é marca registrada dos cultos da igreja passou por uma reforma. Antes, já havia tido reparos pontuais – porém, a intenção era renovar toda a parte mecânica.

À época, o pastor Claudio Schaefer afirmou ao jornal O Município que seria uma reforma como nunca havia sido feita no órgão, para que o som saísse melhor. A restauração foi necessária tanto pelo tempo do instrumento quanto pela ação de cupins, que danificou o órgão.

“Na ocasião da restauração da igreja, aproveitamos para restaurar também o órgão de tubos. Tivemos a alegria de conseguir trazer o filho do mestre organeiro que construiu nosso órgão em 1959, da empresa Órgãos Bohn”, conta o pastor.

O mestre organeiro e a equipe fizeram uma revisão e restauração total do instrumento, tornando-o híbrido, ou seja, pneumático e eletrônico. Os investimentos passaram de R$ 100 mil e foram custeadas por um benfeitor.


Você está lendo: Sonho realizado


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