A fé e a perseverança do casal Tarcísio e Maria de Fátima Raiser transformaram a pequena igreja da localidade do Taquaruçu, em Brusque.
O pequeno templo, inaugurado em 1986, ficou abandonado por mais de 20 anos e toda a história de luta da comunidade para construí-lo quase foi apagada.
Na época da construção da igreja, 23 famílias viviam no Taquaruçu. Todas elas ajudaram a erguer o templo com as próprias mãos. A iniciativa foi de Laudelino Raiser e Sebastião Machado.
“Todas as 23 famílias ajudaram, trabalhando na igreja, no pesado. Naquele tempo não existia betoneira, foi uma força grande. Meu pai sempre teve o sonho de fazer uma igreja no Taquaruçu e junto com Sebastião Machado, que tinha uma família grande. Todo mundo ajudou, muito suor do rosto eles perderam trabalhando, virando a massa no braço”.
A igrejinha funcionou regularmente, com missas e celebrações, durante oito anos. Mas com o passar do tempo, as famílias começaram a ir embora do Taquaruçu em busca de uma vida melhor. A igreja, então, ficou abandonada.
O mato tomou conta. O telhado caiu devido a falta de manutenção e o local virou ponto de abandono de animais. Tarcísio e a esposa, porém, não se conformaram com o destino do pequeno templo.
Ao ver os bancos e o altar da igrejinha serem levados e distribuídos para outras igrejas, Tarcísio decidiu mudar a história.
Dispostos a dar um novo rumo para a igreja, Tarcísio e Maria de Fátima começaram a limpeza. O ano era 2016. O casal limpou por dentro e lavou também a imagem de Nossa Senhora de Fátima, padroeira da igreja. Aos poucos, o templo foi renascendo.
A igrejinha abandonada foi ganhando vida. Um passo de cada vez, sua estrutura foi sendo restaurada. Foi toda pintada com a ajuda do filho e da nora de Tarcísio. Os bancos foram improvisados para as missas continuarem a ser celebradas no local. Toda a restauração da igreja foi possível graças à ajuda da comunidade.
“Quero agradecer a todo pessoal que ajudou nesta empreitada. Meu pai dizia uma coisa: que uma andorinha só não faz verão, precisa de várias. E aqui tivemos várias pessoas que colaboraram com pouco ou muito, mas tudo de bom coração”.
Em 2018, com a igreja quase finalizada, o altar original foi devolvido ao seu lugar. Os bancos vieram da igreja do Sessenta, em Botuverá, e foram adaptados para a capela. E assim, a história da igrejinha do Taquaruçu persiste.
Tarcísio e Maria de Fátima são os responsáveis por cuidar e manter a igreja. São os guardiões de uma história que iniciou lá em 1986 e, por pouco, não foi esquecida.