Igrejas de Brusque fazem missão humanitária e evangelizadora no Amazonas
Voluntário levaram comida, remédios e atenção aos moradores de município na Região Metropolitana de Manaus
Pelo segundo ano consecutivo, um grupo de moradores de Brusque resolveu fazer uma ação missionária no estado do Amazonas, no Norte do Brasil. Os integrantes, todos de congregações evangélicas da cidade, passaram nove dias no município de Rio Preto da Eva, na Região Metropolitana de Manaus.
O grupo de 22 pessoas partiu de Brusque no dia 4 de agosto e ficou na cidade amazonense até o dia 13. Os integrantes são do Ministério Casa de Oração Internacional, da Igreja Vida Plena, da Igreja Calvário e da Comunidade Cristo para as Nações.
Para chegar a Rio Preto da Eva, o grupo foi de avião até Manaus, e depois se deslocou de camionete até a cidade que fica a quase 100 quilômetros de distância da capital do estado. Na bagagem, os voluntários levaram remédios e mantimentos para a população carente.
Aldinei de Souza, o Nei, fez parte do grupo. Ele conta que durante os nove dias foram feitas várias ações de saúde e de evangelização com os habitantes, que passaram um dia na base montada.
“A parte social foi feita por médicos de São Paulo que atenderam a população”, comenta. Segundo ele, foram mais de 600 homens, mulheres e crianças atendidos pelos médicos. Para muitos, foi a primeira consulta em ano, talvez da vida inteira.
Embora fique relativamente próximo da capital, o município encontra-se em situação bastante precária, segundo os relatos de Nei e de Valter Floriani, outro integrante do grupo. Recursos básicos como água encanada e comida industrializada faltam ou são inacessíveis aos mais carentes.
Os amazonenses da cidade têm de percorrer quilômetros até chegar ao asfalto. Na localidade onde foram os moradores de Brusque, o acesso é precário e as estradas são ruins. Somente de camionete para transitar, conta Nei.
Os voluntários de Brusque se instalaram numa base cedida por uma empresária da região. Para facilitar a logística, eles buscaram muitos moradores por meio do rio, que passavam um dia com os voluntários nas ações de saúde e de evangelização.
O deslocamento é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos moradores. Floriani conta que tarefas simples, como comprar produtos industrializados, exigem grande esforço. “Para eles, é longe de tudo. Eles têm alimento na selva e no rio, frutas e peixes. Para ir à cidade, é um dia todo”.
Ter açúcar e sal é bastante difícil para os nativos da região, que fica num dos pontos habitados mais ao Norte do estado. “É um povo esquecido pelas autoridades, pelo poder público e pelas pessoas”, diz Floriani.
Os brinquedos fizeram mais sucesso, conta Nei. “Foi uma loucura com os brinquedos, tinha criança que nunca tinha ganhado um brinquedo”.
Tradição por aqui, o grupo fez um churrasco para os moradores, que ficaram maravilhados, segundo relatos. Os voluntários também evangelizaram e realizaram cultos.
Todos os custos com a missão foram custeados pelas igrejas ou pelos próprios voluntários. Apesar dos gastos, Nei diz que é uma satisfação poder realizar um trabalho social como este. “Foi bonito as igrejas se unirem pelas pessoas”, afirma.
“A gente se torna mais humano”, diz Floriani. “A gente ganha muito mais do que eles”, resume o voluntário.
No ano passado, os integrantes foram à cidade Iranduba, também no Amazonas, para outra missão.