Imobiliárias de Brusque renegociam aluguéis para não perder clientes
Inflação do aluguel tem alta acumulada de 20,56% segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Não repassar o reajuste completo em aluguéis para não perder clientes é o que as imobiliárias de Brusque tem feito nos últimos meses.
Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel no país, a inflação na prévia de outubro foi de 2,92%, taxa inferior aos 4,57% da segunda prévia de setembro.
Mesmo assim, o IGP-M acumulado em 12 meses subiu de 18,2% na segunda prévia de setembro para 20,56%.
Apesar da alta, as imobiliárias não têm repassado todo o reajuste aos inquilinos para conseguir mantê-los. É dessa forma que acontece na Imobiliária Atual.
Um dos proprietários, Inácio Allein, conta que o aumento é de aproximadamente um terço da alta. “Não tem condições de nessa época aumentar”, pontua.
O mesmo ocorre na José Luiz Ambrosi. A gerente de locação e administrativo, Fabricia Kurtz, diz que o aumento do IGP-M a assustou. O valor também não sofre um reajuste total. “A gente sempre tenta conversar com os proprietários para tentar manter o cliente”, explica.
Ela comenta que até o momento tem sido tranquilo porque todos estão conscientes da situação.
O cenário é semelhante na Julio Imóveis. A coordenadora operacional, Camila Tambosi Pontes da Silva, comenta que os percentuais vem aumentando principalmente nos últimos dois meses.
Há conversação entre os proprietários e os inquilinos para acertar os valores. Quando não é possível dispensar o reajuste, tentam manter um valor menor do que a alta do índice. “Todo mundo cede um pouquinho”, diz. O objetivo é a continuidade da locação.
Clientes buscam por espaços menores para baixar preço
Um comportamento observado pelas imobiliárias é que os clientes têm buscado por espaços menores para reduzir o valor do aluguel. “Os clientes que não conseguem negociar, estão procurando valores menores”, diz Fabricia.
A procura também tem aumentado neste período, o que agrada a gerente de locação. De agosto para cá, há uma busca maior por espaços comerciais, o que surpreendeu positivamente Fabricia. Devido à pandemia, o quadro era mais pessimista. Agora ela acredita que com a retomada da economia o cenário normalize.
Na Imobiliária Atual, Allein diz que o cenário já é melhor do que no início da pandemia, mas não houve uma forte recuperação. “Está bastante lento”. Às vezes a procura aumenta, outras diminui. Ele também observa que há clientes que procuram imóveis de menor valor.
O proprietário da imobiliária tem a expectativa de que o cenário vai se manter pelos próximos meses. Mas tudo depende da economia.
Na Julio Imóveis, segundo a coordenadora operacional, clientes escolherem espaços menores em meses passados, mas agora o cenário é outro. A procura por imóveis comerciais tem aumentado. “Todos os anos, nessa época, tem um aumento”, pontua.
A expectativa é de melhora para os próximos meses. “Como a demanda de empregos retomou, a vinda de pessoas para trabalhar também acaba aumentando”, observa.