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Imóvel com risco de colapso na travessa Lagoa Dourada ainda não foi demolido

Prefeitura alega aos moradores que não tem maquinário para derrubar a construção

Desde o início de 2018, moradores esperam que uma construção na travessa Lagoa Dourada, no bairro Paquetá, seja demolida. De acordo com os vizinhos, a casa está abandonada há dez anos e o telhado começou a ceder cinco anos atrás.

Em maio de 2019, o Jornal O Município conversou com moradores e autoridades sobre preocupação com a instabilidade da estrutura.

No início de 2018, o morador Tiago Koschmichaki solicitou um laudo à Defesa Civil de Brusque para avaliar o risco oferecido pela casa. Em fevereiro do mesmo ano o órgão vistoriou o local e identificou que a residência oferece riscos de colapso, principalmente do telhado, que encontra-se parcialmente destruído. Também há possibilidade de desmoronamento nas paredes. 

Os moradores foram orientados a procurar o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan) e a Vigilância Epidemiológica para averiguar a possível proliferação de insetos em águas paradas. Em dezembro de 2018 uma reunião foi feita com o proprietário da residência e com o Ibplan.

De acordo com os moradores, o proprietário concordou em demolir a casa e inclusive deu entrada nos papéis. No entanto, disse que não teria dinheiro para a demolição.

Brenda Pereira

Na época, o coordenador do Ibplan, Waldir da Silva Neto, disse que o órgão havia entrado em contato com a Procuradoria-geral e ia também contactar a Secretaria de Obras do município para verificar a possibilidade de executar a demolição. Ele não soube informar, porém, quanto tempo esse processo iria demorar.

Koschmichaki conta que, após a publicação da reportagem, os moradores foram até o Ibplan e o diretor-presidente do órgão, Rogério dos Santos, já havia feito todas as autorizações e encaminhou à Secretaria de Obras para desmanchar a casa. 

Segundo o morador, Santos relatou que havia feito reunião com o Ricardo de Souza, secretário de Obras, e estava tudo certo para derrubar a casa.

A resposta da secretaria de Obras, porém, foi de que estavam com falta de máquinas e que era para a população esperar mais uma semana.

“Esperamos um mês, e retornamos para falar com o Ricardo, e ele disse que atrasou porque choveu e não tinham máquinas e ele pediu mais um tempo”, diz.

Após cerca de três meses, os moradores continuaram sem resposta. “Fomos conversar com ele mais uma vez. Ricardo entregou a papelada para um encarregado, que cuida das máquinas, para vir executar a obra. Eles apareceram aqui no outro dia, para checar as condições, e tivemos a esperança que eles iam finalmente derrubar a casa no dia seguinte, mas não voltaram”.

De acordo com Koschmichaki, os moradores voltaram a entrar em contato com a Secretaria de Obras depois de um mês, mas que a resposta acabou sendo diferente.

“Então, ele falou que não ia desmanchar, porque estava sem máquinas e ia sair muito caro para a prefeitura, que não tinha condições. Nunca mais deu um retorno para nós, tentamos contato, mas não conseguimos mais”.

Os moradores chegaram a entrar em contato com o vereador Paulo Sestrem, que enviou uma indicação à presidência da Câmara em dezembro do ano passado, pedindo auxílio para a demolição do imóvel.

“A casa é infestada por aranhas, do lado de dentro e fora, acumula muita água quando chove. Já foi avisado quando eles vão fazer visitas às casas, mas ninguém veio resolver o problema. Além disso, tem uma lagoa neste mesmo terreno, que está vazia, mas fica poças de água quando chove forte, e é um foco de mosquito”, afirma Koschmichaki.

O secretário de Obras, Ricardo de Souza, confirma que a prefeitura não fez a demolição por falta de maquinário. Souza explica que não consegue dar um feedback mais concreto porque os trabalhos estão parados por conta da quarentena e que não está em contato com os engenheiros neste momento.