Indicado ao Grammy Latino, Bryan Behr fala sobre vida em Brusque, inspirações e novo disco

Brusquense foi indicado na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo de Língua Portuguesa; premiação ocorre na Espanha em novembro

Indicado ao Grammy Latino, Bryan Behr fala sobre vida em Brusque, inspirações e novo disco

Brusquense foi indicado na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo de Língua Portuguesa; premiação ocorre na Espanha em novembro

No próximo mês, Bryan Behr estará em Sevilha, na Espanha, onde participará do 24º Grammy Latino. O cantor brusquense de 27 anos é um dos indicados ao prêmio de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo de Língua Portuguesa, com o disco “Ao Vivo Em São Paulo – Bryan Behr”.

Ao falar da indicação, Bryan recorda do momento em que foi avisado pela equipe. “Cara, não é todo dia que a gente recebe uma ligação dessas, né? Eu acho que o coração quase saiu do peito quando atendi o telefone”, relata.

“Por conta de todo o trabalho feito, da minha equipe que é maravilhosa também, que acredita tanto e respeita tanto as minhas músicas. Foi uma um respiro para todo mundo, porque o Grammy representa tantas coisas, mas talvez a maior delas seja de que você tá fazendo as coisas certas do jeito certo e caminhando para um lugar muito especial”, comenta.

Bryan Behr aponta que é incomum um disco ao vivo ser indicado nesta categoria. “Isso me deixou muito feliz, porque é uma celebração. De tanto tempo sem palco, de tanto repertório trabalhado com tanto carinho, esse disco simplesmente carrega as melhores músicas da minha vida que eu tinha escrito até então”, conta.

Divulgação

Além disso, o cantor reflete sobre ser indicado tão cedo, pois acreditava que um reconhecimento como esse viria somente após alguns anos de carreira. “Acho que ter recebido essa ligação foi a maior constatação de que quando a gente faz música com verdade, com coração, às vezes as coisas levam menos tempo do que a gente espera. Até agora, eu tô processando, a ficha não caiu”, diz.

A 24ª edição do Grammy Latino ocorre no dia 16 de novembro. Junto da primeira indicação, essa também será a primeira vez que Bryan Behr viajará para fora do Brasil.

“Eu sou muito feliz da minha música estar realizando isso por mim, também. Eu sempre fui um cara muito caseiro. E eu sei que todas as vezes que eu fui muito longe, geograficamente falando, foi minha música que me levou”, completa.

O disco indicado

Universal Music/Divulgação

Para Bryan, o disco Ao Vivo Em São Paulo é considerado um dos mais importantes da carreira. “Aquilo ali era basicamente o meu primeiro show da vida. Eu tinha feito pouquíssimos shows, acho que um dos únicos que tive a oportunidade de subir num palco de um teatro para fazer foi em Brusque, no Cescb, com os meus amigos, isso lá em 2019”, explica.

O cantor recorda que foi neste mesmo show, no Cescb, que havia uma pessoa assistindo que o levou para Universal Music. Na gravadora, Bryan começou a desenvolver o disco A Vida é Boa. Com a faixa “A vida é boa com você”, o brusquense viralizou nas redes e a música se tornou um hit.

Entretanto, em 2020, por conta da pandemia da Covid-19, não conseguiu levar suas canções aos palcos. Então, quando houvesse um retorno, foi considerado produzir um projeto audiovisual.

“E foi muito maluco pensar na possibilidade disso acontecer, porque o mais normal a se fazer, na verdade, é a gente fazer alguns shows, experimentar um repertório, experimentar algumas mudanças no próprio show e, depois, gravar um projeto audiovisual”, reflete.

Contudo, a ideia de registrar um dos primeiros shows da vida do artista, com uma banda nova, formada por amigos do cantor, agradou a equipe. “A gente sabia que gravar, ter um registro visual deste disco para sempre, seria importante porque o brilho no olho ia ser completamente diferente. Era o primeiro show, as pessoas iam descobrir o que era eu ao vivo. Eu também estava me descobrindo”, ressalta.

De Brusque

Pedro Marques/Divulgação

Nascido em Brusque, Bryan William de Souza cresceu no bairro Limoeiro, onde a família ainda reside. Por três anos, ele trabalhou na loja Mohr Video Som, no Centro. Lá, vendia violões, além de outros instrumentos musicais.

“Foi uma faculdade para mim. Estar ali, ouvindo os músicos de Brusque que admiro tanto e já admirava tanto tempo, que já tinham anos e anos e anos de estrada, me dando conselhos super valiosos a respeito da própria música, do próprio amor pela música, do respeito pela música”, diz.

Porém, a história com a música vem de adolescente e as primeiras composições surgiram dentro do quarto dele. Entre os 15 e 16 anos, o jovem Bryan passou a levar o violão para a Escola de Educação Básica Santa Terezinha, onde estudava. Porém, pela timidez, ele se escondia das pessoas e costumava tocar sozinho.

No colégio, foi onde também surgiu o nome artístico. Ele explica que essa história envolve uma menina que brincava de ler a mão das outras crianças. “Ela leu minha mão num dos intervalos das aulas e falou que meu nome artístico seria Bryan Behr. Isso ficou na minha cabeça durante muito tempo. Quando eu precisei ter o nome artístico, eu falei ‘nossa, não acredito que ela tava certa mesmo’”, lembra.

“Basicamente, as histórias que eu vivi da minha vida, que inspiraram a maioria dessas músicas que as pessoas escutam hoje, inclusive essa desse disco que foi indicado ao Grammy Latino, eu escrevi a maioria delas em Brusque”, destaca.

Inspirações no colégio

Bryan aponta que o colégio no Santa Terezinha foi cenário das experiências mais fortes da adolescência dele. Muitas histórias vividas, pessoas que ele conheceu e amigos feitos neste período são fonte de inspiração para composições até hoje.

Assim, Bryan demonstra gratidão pela comunidade escolar, principalmente aos professores. “Eu não conseguiria estar aqui, sendo indicado ao Grammy Latino, construindo discos e escrevendo músicas se não fossem os meus professores. Eles tiveram um papel muito importante”, diz.

“Eu não era um dos melhores alunos, na verdade, era bem bagunceiro. Mas tenho certeza que se não fossem por eles, pela dedicação, em colocar um carinho ali na educação de todas as pessoas que estavam na sala de aula, eu não estaria aqui e os meus amigos também não estariam realizando tantas outras coisas”, completa.

Primeiras apresentações

Divulgação

Ao recordar das primeiras apresentações, Bryan Behr destaca de uma feita no Botuva. “Eu toquei lá e é uma história muito engraçada, porque foi muito caótico. Eu só sabia tocar cinco músicas e, na época, eu pedi a um amigo para eu tocá-las no meio do show dele, para perder um pouco do medo do palco”, inicia.

“Eu lembro que fui para esse show e eu toquei essas mesmas cinco músicas a noite inteira, porque quando eu tava acabando de tocar ele chegou para mim e falou ‘olha só, eu tô não tô muito legal, tô indo para casa, toca aí você’. Só que eu só sabia tocar aquelas. Então, naquela noite no Botuva, as pessoas ouviram as mesmas cinco músicas durante a noite inteira”, relata, rindo.

Bryan Behr também era frequentador assíduo do Kaos Bar e Duda Belli. Além disso, outra apresentação marcante foi com a Etílicos e Sedentos no Rock Bar. “Foi super especial. Eles foram super carinhosos comigo e me receberam no palco para fazer uma música junto com eles”, continua.

Contudo, ressalta que o primeiro show em teatro foi no teatro do Cescb. ”Foi muito especial também. Foi onde me apresentei com banda, em uma das primeiras vezes. O teatro foi muito acolhedor e vou lembrar desse show para o resto da minha vida. Foi ali que me acendeu um sentimento muito forte de que eu queria tá no palco, eu queria viver no palco para sempre”, complementa.

Para dar continuidade a carreira, Bryan Behr se mudou para São Paulo em 2022. Porém, ele destaca que guarda o carinho pela cidade natal no coração, que volta e meia visita para rever a família e os amigos.

Novo disco

Divulgação

Além da expectativa pelo Grammy, Bryan Berh revela que trabalha na construção de um novo disco, ainda sem data de lançamento. A obra contará com músicas inéditas.

“São as minhas melhores músicas até aqui. Estou trabalhando em muitos projetos audiovisuais também, tô colocando muito carinho nesses projetos todos e, obviamente, o Grammy Latino dá um gás muito grande para gente continuar trabalhando isso tudo”, adianta.

“É um disco de estúdio, com músicas escritas por mim e por outros amigos compositores juntos comigo. É um disco de uma fase completamente diferente, respirando outras inspirações, respirando outras referências e outras influências também. Eu acho que as pessoas que já acompanham meu trabalho vão se identificar muito e, também, vão se surpreender com muitas coisas diferentes do que elas estão acostumadas a ouvir vindo de mim”, finaliza.


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