Índios Xokleng vendem produtos no Centro de Brusque

Grupo indígena de Ibirama foi visto pelas ruas da cidade com crianças, comercializando peças de artesanato

Índios Xokleng vendem produtos no Centro de Brusque

Grupo indígena de Ibirama foi visto pelas ruas da cidade com crianças, comercializando peças de artesanato

Sentados em panos nas calçadas, indígenas da tribo Xokleng, de Ibirama, chamaram a atenção de quem passou pelo Centro de Brusque nesta semana. O grupo circula com artesanatos produzidos por eles, acompanhados de crianças. O Município Dia a Dia foi procurado por leitores que questionaram o fato dos pequenos estarem com os pais durante os horários de aula.

O conselheiro tutelar, Paulo Vendelino Kons, diz que não viu os índios na cidade, porém, ficará atento. Ele conta que em 2010 houve registros de tribos indígenas em Brusque, mas o Conselho Tutelar conversou com eles e foi pessoalmente até as comunidades, a maioria de Major Gercino. “Falamos que se eles quisessem promover uma feira de artesanatos, nós podíamos ajudar a viabilizar, mas não da forma como estavam fazendo, com a presença das crianças nas ruas”, diz.

Para Kons, a presença de menores de idade com os adultos, durante as vendas, desperta a caridade nas pessoas, e acaba virando mendicância. “É preciso garantir a proteção das crianças, pois não se proteje elas desta maneira, deixando as sujas, com falta de água e de alimentação devida”, diz.

O secretário de Assistência Social e Habitação, Rodrigo Voltolini, diz que o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) faz duas vezes por semana abordagens nas ruas. Ele afirma que é necessário ver as condições em que esse grupo se encontra, e se é possível auxiliar de alguma forma, para que não prejudique tanto a eles quanto ao município. “Tem que tomar todo cuidado na intervenção, pois as normas deles são diferentes. A única polícia que pode intervir sobre eles é a Polícia Federal, ou a Funai [Fundação Nacional do Índio]”, explica.

Culturalmente, Voltolini conta que as crianças indígenas não vão à escola regularmente, porém, também não podem ser exploradas para trabalho. “Estamos atentos a isso e, caso abordarmos esse grupo de pessoas, vamos tentar conversar para que voltem para suas tribos”.

A assessoria de imprensa da Funai afirma que não existe uma legislação específica quanto a venda de artesanatos dos índios nas cidades e, nem mesmo, da presença das crianças. Porém, ressalta que, culturalmente, quando um índio sai de casa, leva toda a família junto. “Apesar de aparentemente estarem em situação de vulnerabilidade nas ruas das cidades, para eles, o maior risco às crianças é deixá-las sozinhas em casa”.

Nos períodos de férias escolares, é comum aumentar o aparecimento de tribos indígenas em cidades com maior movimentação, para venda de produtos artesanais. Este fato, segundo a Funai, incomoda alguns prefeitos. “Mas, é necessário observar que os índios são cidadãos comuns e é assegurado direitos a eles. Por isso, assim como os municípios atendem pessoas carentes e moradores de rua, também devem atender aos índios da mesma forma”, diz a assessoria de imprensa.


Ciganos no Azambuja

Há alguns dias, um grupo de ciganos está acampado em um estacionamento próximo ao Hospital Azambuja. Quem passa pelo local percebe de longe a presença de quatro barracas coloridas, com mais de dez pessoas. Na tarde de ontem, a reportagem do Município Dia a Dia esteve no local, mas não foi autorizada pelo grupo a fazer fotos. No momento, eles faziam seu alimento em uma churrasqueira improvisada, que causava fumaça debaixo de uma das lonas.

Durante esta semana, eles se comprometeram de entregar na prefeitura toda a documentação que comprove que são nômades. O secretário de Assistência Social, Rodrigo Voltolini, informa que eles têm o direito de ficar na cidade por 15 dias e depois irem para uma nova cidade.
Porém, sem apresentar a documentação, eles não são considerados ciganos e sim invasores de terras. “Com os documentos, eles ganham o respaldo sanitário, de água e energia. Se torna uma troca de favores”, diz.

Segundo Voltolini, muitas pessoas se passam por nômades para se beneficiar de alguns direitos. Algumas pessoas, inclusive, desembarcam na rodoviária, trocam de roupa e vão às ruas pedir esmolas.

 

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