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Inédito: paciente de Brusque consegue aparelho para tratamento com insulina pelo SUS

Equipamento custa R$ 20 mil e só foi fornecido após decisão judicial

Pela primeira vez em Brusque, um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) vai utilizar uma bomba de infusão de insulina. Valdir Antonio Marcus, de 57 anos, morador do bairro Santa Luzia, conseguiu o aparelho para auxiliar seu tratamento com diabetes após entrar na justiça para que o governo do estado fornecesse os equipamentos.

A bomba de infusão de insulina é um aparelho eletrônico do tamanho de um celular, que fica ligado ao corpo por um catéter com agulha flexível na ponta. No caso de Valdir, a agulha foi inserida embaixo da pele do abdômen.

A bomba tem uma programação pré-definida pelo médico de aplicação constante de insulina no paciente durante o dia. Além disso, é possível a aplicação de bolus, doses extras para quando a pessoa for se alimentar. Com o aparelho, é possível calcular a quantidade do medicamento necessária para compensar o carboidrato ingerido, através de uma fórmula que o próprio aparelho faz.

O endocrinologista Frederico Guimarães Marchisotti é o médico responsável pelo tratamento de Valdir. Ele explica que a bomba de infusão de insulina vai melhorar muito a qualidade de vida do paciente, que antes precisava de aplicações constantes com seringa e, mesmo assim, tinha dificuldade para controlar a glicose, por uma condição particular dele.

“Optei por indicar a bomba ao paciente, e ele aceitou. Assim, é possível ter um controle mais preciso do que com a seringa”, destaca.

Valdir conta que o sofrimento que ele passava era terrível, porque precisava aplicar insulina mais de seis vezes ao dia, e muitas vezes não conseguia controlar a glicose mesmo assim. Ele tem diabetes há nove anos, e há pelo menos sete está na justiça para conseguir o aparelho com o estado.

O equipamento custa aproximadamente R$ 20 mil e a manutenção mensal, R$ 1,5 mil. O médico e Caren Albasini, educadora em diabetes da Roche, empresa fabricadora do aparelho, estiveram reunidos com o paciente e familiares para a colocação da bomba e para passar informações sobre a utilização de todo o equipamento.

Além da bomba de infusão de insulina, o kit do equipamento inclui um aparelho que funciona como controle remoto, calculadora de bolus e glicosímetro (para medir a glicose). A transferência de informações entre o controle remoto e a bomba é total e realizada através de uma conexão de bluetooth. O médico também pode acompanhar todas as informações dos dois equipamentos através de um software, acessado com conexão USB entre a bomba e um leitor de informações

Cânulas (tubos de plástico) com catéter para a troca da parte que fica no corpo do paciente e pilhas também estão incluídos. Os cartuchos de insulina precisam ser comprados, mas Valdir já está entrando na justiça para consegui-los também com o estado.

A educadora em diabetes ressalta que a bomba é uma ferramenta de tratamento e que a utilização pelo paciente não desvincula a necessidade do atendimento com o médico. 

A comunicação do paciente com o médico e a educadora é diária nos primeiros 30 dias, para que o tratamento seja o mais eficaz possível.