Inhotim – quem te conhece não esquece jamais!

Segundo os moradores de Brumadinho, MG, cidade que abriga o Museu, o local foi uma fazenda pertencente a uma empresa mineradora que, no séc. XIX, atuava na região e cujo responsável era um inglês, de nome Timothy – Senhor Tim ou na linguagem local, Nhô Tim.

Em 2006, o Inhotim foi aberto ao público por iniciativa de Bernardo Paz, empresário da área de mineração e siderurgia. Desde sua criação, o Instituto estabeleceu relações multidimensionais com a cidade, seja como local de trabalho para a população, seja como agente propulsor e desenvolvimento social, educativo e cultural.

Toda essa riqueza se encontra aqui no Brasil e, como apaixonada por arte e eterna pesquisadora do assunto, como não conhecer?

É chegado o momento da largada e desvendar esse mundo maravilhoso que mais parece saído de um conto de fadas! Com mapa nas mãos, a hora é de respirar fundo e ir ao encontro das dezenas de galerias de arte espalhadas por uma área de 786,06 hectares. Tudo é grandioso!

A beleza e o exotismo das plantas e os jardins muito bem cuidados abraçam as galerias e esculturas colocadas estrategicamente por toda imensa área. Os caminhos são compartilhados com aves nativas, macacos saguis, lagartos e outros ilustres moradores. Haja energia para poder apreciar tanta maravilha!

Os mais consagrados nomes da arte contemporânea estão ali presentes, em monumentais espaços construídos de acordo com o perfil de cada um. É o caso da artista de renome internacional, Adriana Varejão, cuja galeria tem como passarela uma piscina de água verde e carpas douradas e que convida os visitantes a entrar no imenso cubo branco, um templo para meditação diante do impacto das obras ali em exposição. True Rouge, de Tunga, salta aos olhos e ao coração – Instalação toda em vermelho em meio ao verde natural do parque faz com que mais rápido queiramos chegar perto para poder logo estar envolto nas tramas das redes vermelhas e frascos de vidros. Assim seguimos adiante, encontrando o Som da terra, Desvio Para o Vermelho, Tetéia, Narcissus, Tranças, Caleidoscópio, lagos, plantas, piscinas, natureza, etc.

Inhotim, um pedaço do paraíso aqui na Terra, lugar incomum que provoca reações. Quem por lá passou experimentou uma rara e bela sensação. Saímos diferentes, felizes e esperançosos por acreditar que, “A arte existe porque a vida não basta”! (Ferreira Gullar).

Vania Gevaerd