Interdições, transtornos e insegurança: comunidade da Cristalina mobiliza construção de nova ponte entre Brusque e Guabiruba

Estrutura pênsil de madeira é precária e preocupa os moradores diariamente

Interdições, transtornos e insegurança: comunidade da Cristalina mobiliza construção de nova ponte entre Brusque e Guabiruba

Estrutura pênsil de madeira é precária e preocupa os moradores diariamente

Os moradores da localidade da Cristalina convivem com a insegurança e os transtornos causados pela ponte pênsil de madeira presente na comunidade. A precária estrutura liga o bairro Dom Joaquim, em Brusque, com o Lageado Baixo, em Guabiruba, e é utilizada diariamente pela população das duas cidades.

A situação é relatada pelo presidente da Associação de Moradores da Cristalina (Amocri), Evandro Vogel, entidade criada em fevereiro deste ano para representar a localidade. Ele conta que a ponte Carlos Decker foi construída em 1997 e inaugurada em abril de 1998.

“Desde então, ela nunca passou por uma grande reforma, só por reparos paliativos quando é interditada e afeta o trânsito. É uma das maiores pontes da região, tem 102 metros”, ressalta.

Segundo ele, a última interdição aconteceu em meados de setembro, quando foi realizada a festa da comunidade. Ou seja, o bloqueio da estrutura afetaria o número do público no evento, o que pressionou uma rápida intervenção para a liberação do tráfego. Porém, uma nova interdição é iminente, já que a estrutura apresenta diversos problemas.

Foto mostra esteio no lado de Brusque visivelmente apodrecido | Foto: Amocri/Divulgação

De acordo com Evandro, o madeiramento está precário e os esteios estão visivelmente apodrecidos. Além disso, o cabeamento precisaria ser avaliado, pois são os mesmos desde a inauguração há 25 anos.

“Nós somos obrigados a utilizar a ponte, pois quem mora em um município precisaria fazer uma grande volta para ir até outra cidade. Muitos moram e trabalham em lados opostos. Então, colocamos na balança entre segurança ou não utilizar a estrutura. Causa transtornos enormes, e nem somente pelo tráfego diário, são famílias que acabam ficando divididas e não se encontram”, explica.

Para a comunidade, as reformas não são mais efetivas e a solução possível é que seja feita uma nova construção. Enquanto isso não acontece, os moradores lidam com a falta de segurança todos os dias.

“Eu recebo fotos e vídeos da comunidade diariamente com receio que ela vá cair, mostrando problemas na estrutura. Também têm pessoas que passam ali que não sabem da situação da ponte, com carros com carga que acreditamos que ela não comportaria. Enfim, ficamos com o coração na mão, pois pode arrebentar um cabo e acontecer uma tragédia”, desabafa.

Comunidade mobilizada

Amocri/Divulgação

A Associação de Moradores da Cristalina foi formalmente fundada em fevereiro deste ano. Até então a comunidade era representada pela associação do bairro Dom Joaquim.

Evandro relata que, logo após a abertura, a Amocri levantou as principais demandas e a ponte se destacou. Inclusive pelos moradores que residem na área de Guabiruba.

Então, as primeiras ações foram os agendamentos de reuniões com as secretarias de Obras dos dois municípios. Já que, no entendimento da comunidade, a estrutura é responsabilidade das duas cidades.

“A intenção era saber o que se pretendia fazer com a ponte. Oficiamos as duas pastas e a de Guabiruba foi extremamente rápida, com reunião marcada em dois dias. A nossa diretoria conversou com o secretário Jair [Antônio Brambila] e apresentamos a situação”, conta.

Segundo Evandro, o secretário afirmou ter conhecimento do problema e que a intenção do município não era mais investir em reformas na antiga estrutura, pois a intenção é construir uma nova ponte.

“Seria uma estrutura mais modernizada, mas não de concreto. Seria fazer no mesmo estilo pênsil, com cabeceiras de concreto pré-moldado, com esteios de concreto, para que os cabos sejam apertados de forma mais segura”, diz. “Quando ouvimos isso, ficamos céticos e saímos desapontados. Pois pensamos que, após tanta luta, sairia outra ponte que não contemplasse o tráfego de caminhões, não seria aquela ponte de concreto que queríamos”, pondera.

Ponte de concreto

Para a comunidade, é necessária a construção de uma ponte de concreto na localidade | Foto: Amocri/Divulgação

Já em Brusque, foram necessárias mais tentativas de agendamento de reunião. Até que a associação oficiou o gabinete do prefeito e o encontro ocorreu em maio. Estavam na reunião a diretoria da Amocri, o secretário de Obras Ricardo José de Souza, o vereador Nik Imhof e o prefeito Ari Vequi.

“Mostramos fotos e o prefeito ficou até um pouco abismado. Ele falou que de fato precisaria de melhorias. Falamos da intenção de Guabiruba fazer uma nova ponte pênsil novamente e o prefeito disse que seria interessante, pois há a possibilidade de fazer uma ponte de concreto na entrada da Cristalina, próximo de onde será a captação de água do Samae”, aponta.

O presidente relata que, após refletirem sobre essa possibilidade, a comunidade avaliou que a proposta é interessante. O tráfego de caminhões, por exemplo, ficaria nesta ponte de concreto, e a nova ponte pênsil de madeira ficaria para a comunidade.

“A construção de uma nova ponte de concreto mais abaixo é a melhor hipótese possível. A gente ficaria muito feliz com uma nova ponte, mesmo que seja uma ponte pênsil. Até porque a gente valoriza que essa estrutura é um cartão postal da nossa localidade. Mas se não for feita essa ponte de concreto, uma nova ponte pênsil na localidade se tornaria inviável”, avalia.

Nesta reunião, Ari Vequi conseguiu ligar para Valmir Zirke, prefeito de Guabiruba, que foi solícito em encontrar uma solução.

Aguardo por decisões

Depois disso, foi feita em agosto mais uma reunião em Guabiruba. Evandro adianta que ambas as prefeituras saíram com o compromisso de fazer estudos técnicos para verificar qual modelo de licitação desta obra.

Nesta reunião foi dado um prazo de 15 a 20 dias para uma resposta. Entretanto, após mais de dois meses a Amocri ainda aguarda o retorno dos dois Executivos.

“Nenhuma das prefeituras nos esclareceu nenhum dos fatos. Então começamos a cobrar os vereadores de Brusque, como André Vechi e Cacá Tavares, que participaram de reuniões da associação e fizeram pedidos de informações. Só que não tiveram retorno”, lamenta.

Na espera por ações das prefeituras, a associação também acionou os vereadores de Guabiruba. Em 25 de outubro, uma reunião reuniu todos eles com a diretoria da Amocri.

“A gente saiu com o compromisso de que os vereadores iriam buscar informações de valores para a construção de uma ponte nova e vão cobrar uma resposta da prefeitura, para saber quando isso sairá das promessas”, completa. Agora, a comunidade aguarda por respostas e a associação anseia para que logo seja apresentada uma definição.

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