Inverno com cara de verão chega ao fim
Estação teve poucas temperaturas abaixo dos 10ºC em Brusque e frustrou quem gosta de frio
O inverno deste ano foi o mais quente dos últimos três anos, conforme dados de Ciro Groh, que tem uma réplica de estação meteorológica no bairro Rio Branco. O esperado frio, característico da região Sul, não veio na intensidade esperada por causa da influência do famoso El Niño, que subiu as temperaturas em Santa Catarina.
Conforme os dados coletados por Groh, dos quatro meses abrangidos pela estação, apenas junho teve média de temperatura menor do que os últimos dois anos, mesmo assim, apenas 0,2ºC mais baixa. Este número dá a tônica do que foi o inverno, que se encerrou ontem. O dia mais gelado da estação foi 16 de junho, com 5,4ºC. “Para o inverno, não é muito baixo, já tivemos temperatura de zero grau. E foi um dia isolado. Foram poucos dias de frio, não tivemos ondas que perduraram”, diz.
Foram poucos os dias que registraram temperaturas abaixo dos 10ºC neste inverno, conforme as estatísticas de Groh. Após 16 de junho, nos dias 19 e 20 do mesmo mês os termômetros marcaram 8,3ºC. Em contraste a estes poucos dias de frio, em pleno inverno os brusquenses experimentaram dias com calor acima dos 30ºC. O último dia de agosto, 31, foi o mais quente: 34,8ºC.
El Niño
A meteorologista da Epagri/Ciram, Gilsânia Cruz, explica que o motivo de a média de temperatura do inverno ter ficado acima do normal é o El Niño. O fenômeno aquece as águas do Oceano Pacífico e como consequência aumentam as chuvas e o calor na região Sul do Brasil.
De acordo com a Epagri, as temperaturas mínimas da estação foram 2ºC mais altas do que o esperado, e as máximas, 1,3ºC mais altas. No Litoral Sul, as médias foram ainda mais impressionantes, até 4ºC mais quentes. Gilsânia diz que o inverno foi não só quente, mas também muito chuvoso.