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Investigação do caso Casal Fischer aponta homicídio seguido de suicídio

Ambos foram encontrados mortos dia 10 de agosto; perícia técnica conclui que Arlete Fischer foi autora da morte do marido

A principal linha de investigação da Polícia Civil sobre as mortes do casal Fischer, que foi encontrado morto no dia 10 de agosto, é homicídio seguido de suicídio. Esta já era a tese mais forte no dia do fato, no entanto, alguns elementos da cena do crime deixavam dúvidas a serem sanadas. Isto foi resolvido com a conclusão das perícias técnicas realizadas pelo Instituto Geral de Perícia (IGP).

Segundo o delegado Ismael Gustavo Jacobus, da Polícia Civil de Brusque, os indícios levam a crer que Arlete Fischer, 60 anos, matou o marido, Norival Fischer, 63 anos e depois cometeu suicídio. Várias provas colhidas pelo IGP no local do crime corroboram com esta tese. Um dos elementos mais fortes é a diferença de várias horas entre as duas mortes, diz Jacobus. “Isso foi comprovado pela rigidez dos dois corpos. A Arlete morreu depois do Norival”.

A arma utilizada para cometer o crime foi uma espingarda calibre 22 com silenciador. A procedência dela ainda não é certa, afirma o delegado, porque o exame de balística e a checagem do registro da arma ainda estão sendo feitos pelos peritos do IGP. Entretanto, Valdomiro Fischer, irmão de Norival, disse na data do crime que o irmão caçava e que tinha uma arma, mas ela era mantida no mato e não em casa.

Segundo a linha de investigação, Arlete estava com problemas conjugais e decidiu que teria de acabar com aquilo. Ela pegou a arma e atirou uma vez em Norival enquanto ele dormia. Depois, ela escreveu um bilhete contando sobre a situação em tom depressivo e matou-se com um tiro. “Como ela não alcançava com o braço, ela utilizou um dos pés para apertar o gatilho”, diz Jacobus. A trajetória dos projéteis e a disposição dos objetos e dos corpos comprovam esta tese.

O irmão da vítima disse à reportagem na data dos fatos que Norival teria sido ameaçado de morte. Além disso, a porta de trás da residência do casal estava aberta, o que, segundo familiares, não era comum. Tudo isso levantou uma dúvida de que uma terceira pessoa poderia estar evolvida no crime. Contudo, o delegado afirma que a perícia do IGP não demonstra nenhum indício de que um terceiro agente esteve presente na casa, nem chegou qualquer denúncia à polícia.

Jacobus diz que agora serão ouvidas algumas testemunhas e familiares como parte da investigação. Se não houver mudanças na linha traçada pelos investigadores, o caso deverá ser finalizado como homicídio seguido de suicídio da autora. “O procedimento deve ser encaminhado ao Ministério Público, que deve arquivar o caso porque o autor morreu”, afirma.