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Ivan Martins acusa Farinha de superfaturamento na compra de terreno do Samae

Vereador apresentou denúncias de irregularidades em compra de terreno para reservatório, no bairro Águas Claras

No retorno do recesso, nesta terça-feira, 7 de agosto a Câmara Municipal de Brusque aprovou três projetos, mas o centro das atenções foi a denúncia de possíveis irregularidades na compra de terreno, no bairro Águas Claras, pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). O vereador Ivan Martins (PSD) apresentou documentos que, segundo ele, comprovam superfaturamento cometido pelo vice-prefeito Evandro de Farias, o Farinha.
Segundo Martins, Farinha, que também é presidente do Samae, encaminhou em 30 de maio de 2011, um pedido de desapropriação de uma área para implantação do reservatório. O local escolhido foi um terreno no bairro Águas Claras, de propriedade de Raul de Mello. O terreno foi avaliado por três imobiliárias diferentes, em que os preços sugeridos foram 350, 355 e 360 mil reais. Martins afirma que, na época, o Samae sequer possuía um projeto formal para construção de reservatório. “Quando Farinha assumiu a prefeitura, ele mesmo decretou a desapropriação do imóvel”, afirma o vereador.
Martins conta que apurou os documentos da compra do terreno e constatou irregularidades. “Raul de Mello diz ter recebido R$ 150 mil pela venda e não os R$ 350 mil divulgados. Além disso, quem comprou dele nem foi o Samae, foi Denis Smaniotto, que coincidentemente, é proprietário da Imobiliária Smaniotto, que ofereceu o preço mais baixo na avaliação imobiliária”.
Segundo o vereador, Denis Smaniotto teria comprado e imóvel por R$ 150 mil, e o contrato da venda para o Samae é de 350 mil. “Certamente houve uma má-fé, e o lucro foi dividido entre eles”, acusa Martins. O vereador afirma ainda que, ao terreno de Raul de Mello, foi anexada a compra de um apartamento no residencial Villa Nova, por Denis Smaniotto, avaliado em R$ 200 mil, que estava em nome de Neri Nicolau de Farias, pai de Evandro de Farias. Martins informa também que o cheque utilizado no pagamento foi depositado em nome do Condomínio Stop Shop, e ele desconhece o motivo.
De acordo com Martins, logo após, foi efetuada a transação com o Samae. “Ou seja, o presidente do Samae comprou , com dinheiro público, um apartamento dele mesmo”, diz Martins. Ainda segundo o vereador, hoje, o apartamento está em nome de Denis Smaniotto. Ou seja, a denúncia sugere que o Samae comprou o imóvel, que estava em nome do pai de Farinha, em anexo à compra do terreno. 
Farinha afirma que não foi comunicado oficialmente dos relatos do vereador, mas consultado pelo MDD na noite de ontem, afirmou que o procedimento de compra do terreno foi realizado seguindo os trâmites legais. Sobre o cheque ter sido depositado em uma conta de terceiros, Farinha ressalta que o pagamento foi efetuado a Denis Smaniotto e que não se tem controle do destino que ele deu ao cheque.
Ivan Martins solicitou abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. No entanto, os vereadores pediram mais tempo para analisar os documentos, e a possibilidade de CPI será votada nas próximas sessões.