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JanjaFest

A esquerda brasileira gosta barbaridade de usar a linguagem sofisticada, requintada e até pernóstica para denominar as coisas a que se propõe fazer, que não são muitas, nem sempre válidas e bem executadas com o devido respeito ao princípio constitucional da moralidade. Por isso, a fim de impressionar os participantes do G20 Social e a […]

A esquerda brasileira gosta barbaridade de usar a linguagem sofisticada, requintada e até pernóstica para denominar as coisas a que se propõe fazer, que não são muitas, nem sempre válidas e bem executadas com o devido respeito ao princípio constitucional da moralidade. Por isso, a fim de impressionar os participantes do G20 Social e a boa-fé dos brasileiros, os organizadores deram o nome de Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, ao evento realizado no Rio de Janeiro, na última semana.

Na verdade, o que aconteceu na capital carioca foi um festival de música popular para satisfazer ao capricho milionário da senhora Rosângela da Silva, primeira-dama deste país de fome e pobreza, que o PT diz que já acabou com elas, mas o discurso continua o de sempre. Mais conhecida pela alcunha de Janja e amante apaixonada pelas páginas dos jornais, das telas da TV e mídia eletrônica, seu capricho musical logo recebeu o apelido de Janjapalooza, numa alusão sarcástica ao festival internacional de rock alternativo e outros grunges do barulho.

Tudo financiado com dinheiro do cidadão brasileiro, por algumas empresas estatais. Itaipu, a hidroelétrica que gera a energia mais cara do país, ajudou com 15 milhões de reais e a Petrobrás com mais 18 milhões para a festa musical da Janja. Outras estatais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e BNDES. criadas para fomentar o desenvolvimento econômico e social e não para financiar shows musicais evitaram divulgar os valores doados.

Os organizadores dizem que o milionário festival teve por objetivo “aproveitar o poder transformador das expressões artísticas para consolidar uma mensagem sobre o compromisso do país na luta pela segurança alimentar”. Dá para entender? Como se vê, não exagerei quando acima disse que a esquerda gosta de usar a linguagem sofisticada, rebuscada e demagógica, mesmo quando se trata de falar para os pobres e os que têm fome.

Para Janja, o custo dos acordes musicais que ecoaram pelos ares da Praça Mauá foi insignificante, uma ninharia, um “cachê simbólico” de “apenas 30 mil reais” para cada artista. Como foram 30 “simbolistas” entoando cânticos contra a fome e a pobreza, o total chegou a quase um milhão de reais. Esses rouxinóis da filantropia, com certeza não passaram e nem passam fome. Quanto ao total das despesas com a elaboração do projeto, da montagem do palco, dos músicos, da hospedagem e alimentação, isso ninguém saberá.

Então, se sobrar dinheiro, algum pobre haverá de receber um prato de comida.