Jasc corre risco de ser cancelado após desistência de Tubarão
Temporal ocasionou danos nos polos esportivos e município optou pela desistência
Tubarão não sediará mais os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). O motivo da desistência são os estragos nos polos esportivos que seriam palcos das modalidades, bem como escolas e uma universidade que também serviriam ao evento, após temporal e vendaval ocorridos no domingo, 16. Faltando apenas três semanas para o início dos Jasc de acordo com o calendário da Fesporte – entidade estadual que administra a competição -, representantes da entidade negam a utilização de uma outra cidade como sede e confirmam que a saída de Tubarão automaticamente elimina a realização dos Jasc. Por meio de assessoria, o presidente da Fesporte, Milton Cunha, avisou que não há ‘plano B’ por falta de tempo hábil. No entanto, no fim da tarde de terça-feira, 18, o governo do estado informou, por meio de sua conta na rede social Twitter, que em breve será anunciada uma nova sede para os jogos.
Cenas de destruição
Após o temporal, praças esportivas importantes para a cidade do Sul do estado ficaram destruídas. Além disso, escolas que abrigariam delegações também tiveram danos – não a toa, Tubarão decretou estado de emergência no domingo.
Ontem, o diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (FME), José Acco Junior, acompanhou outros representantes da prefeitura em um trabalho de registro fotográfico. O motivo é não apenas provar para o estado que o município não tem condições de sediar os Jasc, mas também solicitar que os recursos que viriam para a realização da competição tenham a finalidade de reformar estes espaços. “Vamos anexar estas fotos e encaminhá-las ao governo do estado. Nós vamos acabar desistindo sim, não há condições. Não temos nem os recursos e nem tempo para fazer as obras que seriam necessárias para reerguer a cidade”, completa. Através da Fundesporte, o estado contribuiria a partir da próxima semana com o valor de R$ 1,6 milhões para os Jasc.
“Só temos a lamentar”
Responsável pela delegação de Brusque nos Jasc, Delmar Tondolo diz que a situação é ruim para quem já se preparava para o evento, mas que é necessário compreensão. “Nós temos que entender que agora é hora de se pensar na cidade de Tubarão e em sua reconstrução. Só temos a lamentar pelos atletas e técnicos que preparavam seu trabalho para o ano, mas a população de Tubarão é a prioridade no momento”, diz.
Tondolo vai além ao afirmar que, com o fôlego do provável cancelamento dos Jasc, a Fesporte deveria aproveitar para repensar seu calendário. “Espero que esse cancelamento não sirva apenas para continuar tudo como está no futuro. As competições estão sem foco, se compete só por competir, e esse excesso de eventos prejudica toda a programação dos municípios”, completa.
Trabalho interrompido
Se confirmada, a situação causa uma interrupção no trabalho de quem já vislumbrava as medalhas da competição. Principal campeão com Brusque nos últimos anos, o professor de atletismo, João Nunes, afirma que já se preparava para lutar pelo tetracampeonato seguido no naipe feminino. “Hoje (ontem) mesmo relacionei os atletas e iria entregar os nomes para a FME. É uma pena, mas temos que entender que foi por motivos de força maior”, completa.
Terceiro cancelamento
Os Jasc, que surgiram em Brusque em 1960, sofreram interrupções somente em casos de desastres naturais, como nas enchentes de 1984 e 2008. Se se confirmar, o cancelamento da edição de 2016, portanto, será apenas o terceiro em toda a quase sexagenária história da competição, e também por motivos de fenômenos naturais – nesse caso, o chamado tsunami meteorológico que aconteceu no Sul do estado.