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Academia Catarinense de Letras: 100 anos e nova diretoria

Quando Johannes Gutenberg criou a sua máquina de imprimir com tipos móveis, em 1450, a era medieval chegava ao final. E porque a história da humanidade se move num processo dialético, era então chegado o novo tempo do Renascimento das ideias, das verdades científicas e dos descobrimentos oceanos adentro. Certamente, o alemão de Mainz sabia […]

Quando Johannes Gutenberg criou a sua máquina de imprimir com tipos móveis, em 1450, a era medieval chegava ao final. E porque a história da humanidade se move num processo dialético, era então chegado o novo tempo do Renascimento das ideias, das verdades científicas e dos descobrimentos oceanos adentro.

Certamente, o alemão de Mainz sabia muito bem que seu invento chegava em boa hora. Afinal, a nova máquina de impressão iria permitir que muita gente, e não apenas a nobreza privilegiada, tivesse, enfim, um livro nas mãos. Não o livro na sua forma antiga, até então conhecida, mas no seu novo e funcional formato, capaz de encher bibliotecas mundo afora e de ser facilmente folheado para a leitura que educa, conscientiza e ilumina mentes. No entanto, jamais poderia imaginar o tamanho da revolução que a sua engenhosa prensa iria causar no campo da comunicação social.

A revolução não seria imediata. Mas, a partir do século 18, impressoras e editoras, livrarias, bibliotecas públicas e particulares, academias de letras e associações literárias despontaram em toda Europa e, também, neste continente americano. Então, o livro, essa extraordinária e mágica fonte do conhecimento humano, proclamado na voz do poeta da liberdade para ser semeado à mão cheia, é transformado num admirável objeto do desejo de um exército sempre crescente de leitores.

A vida social, já dissemos, está sempre sujeita a mudanças. Neste começo de século de vida informatizada, o livro vai perdendo a sua tradicional forma impressa em papel e tinta. Veste-se, agora, com a roupagem eletrônica da comunicação virtual para ser lido nas mágicas telas dos computadores, dos tabletes e dos espertos celulares, estes, na palma da mão de quase todo mundo.

E a nossa centenária Academia Catarinense de Letras, criada para promover a Literatura, a Língua Portuguesa e os valores culturais de Santa Catarina, está empenhada na busca de um novo caminho, de novas alternativas, a fim de se adequar a este novo tempo que abre sua infinita janela virtual para a chegada do livro eletrônico. Foi, assim, no ano passado com reuniões acadêmicas e a eleição por meio eletrônico da diretoria, que tem na presidência o jornalista e escritor Moacir Pereira.

Amanhã, às 19h, a nova diretoria estará tomando posse, numa sessão solene na sede da Instituição, que poderá ser também assistida à distância, no YouTube. Como se pode notar, ventos da renovação estão soprando nos umbrais da Casa José Boiteux, o belo e imponente prédio da Academia Catarinense de Letras.