Ao Jornalista, o meu abraço!
“Ninguém mais útil à sociedade do que o jornalista que, imbuído de uma crítica sã, tem o dever de mostrar os acontecimentos presentes, de comentar o passado e de perscrutar as sombras do futuro”. (Hipólito José da Costa, Patrono do Jornalismo brasileiro, junho de 1808) A partir do século 19, o jornal diário ou semanal […]
“Ninguém mais útil à sociedade do que o jornalista que, imbuído de uma crítica sã, tem o dever de mostrar os acontecimentos presentes, de comentar o passado e de perscrutar as sombras do futuro”. (Hipólito José da Costa, Patrono do Jornalismo brasileiro, junho de 1808)
A partir do século 19, o jornal diário ou semanal se tornou o principal veículo de divulgação dos acontecimentos ocorridos numa comunidade, num país e, também, nas terras estrangeiras. Jornalismo, entendido como atividade de levar notícia e informação ao público, passou a ser sinônimo da função desempenhada com exclusividade pelo jornal impresso e seus profissionais da pena ou da palavra escrita.
Veio o rádio, com suas ondas curtas e longas, a palavra falada na voz candente e impostada do locutor, atravessando fronteiras locais e nacionais. Veio, também, a televisão com o milagre de matar a cobra e mostrar o pau, levando ao interior dos lares a imagem do fato noticiado. E, como a mudança continua, estamos vivendo agora a era da comunicação virtual, das redes sociais, onde todos são um pouco leitor, ouvinte, expectador e comentarista.
Apesar das mudanças, o jornal impresso continua cumprindo a sua missão de noticiar e comentar os principais fatos ocorridos. Editado desde 1954, nos primeiros anos em edição semanal, O Município é hoje um diário, principal fonte de notícias da população brusquense e região e uma referência entre os jornais do interior.
Muitas pessoas não veem o jornal com bons olhos. Principalmente, os famosos. Querem o bônus e vantagens da fama, a notoriedade e os prazeres do estrelato, adoram ser ídolos, mas não admitem ver os seus defeitos, seus deslizes nem as suas ações vergonhosas estampadas na página de um jornal.
Com o seu humorismo sempre beirando o sarcástico, Millor Fernandes disse uma vez que “jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e olhados”. O escritor inglês George Orwell, pensava parecido, pois escreveu que “jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.” É evidente que os dois exageraram na dose das suas ácidas definições daquilo que deve ser a atividade jornalística.
Prefiro dizer que o bom jornalismo, é claro, deve ser praticado com base nos princípios da ética, para que seja um instrumento legítimo de esclarecimento da verdade. Investigar e revelar os fatos com independência e isenção, apontar os erros para que sejam corrigidos e mostrar as boas ações, eis as regras básicas, a meu ver, do manual do bom jornalista.
Por isso, já se disse que a verdadeira missão do jornalista é ser testemunha do seu tempo, não juiz nem promotor, é retirar a venda dos olhos para que as pessoas possam conhecer a verdade. Não é fácil, mas é assim que deve ser.
Esta crônica é dedicada aos jornalistas do nosso querido O Município, esses profissionais da palavra escrita que hoje comemoram a data da sua profissão. O dia foi escolhido para homenagear Líbero Badaró, médico e jornalista que morreu em 1830, lutando pela liberdade de imprensa.
Dedico esta crônica, também, à minha filha Paula Maria, jornalista da Revista Oeste.