João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Colônia Brusque: auxílios e subsídios

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Colônia Brusque: auxílios e subsídios

João José Leal

Lembrar a bravura dos imigrantes colonizadores de nossa cidade, é sempre preciso. Foram realmente pessoas destemidas. Deixaram a sua terra natal sabendo que o retorno seria quase impossível. Atravessaram o Atlântico e aqui aportaram com o propósito firme de construir um novo lar permanente e de legar às futuras gerações uma comunidade, de bem-social.

No entanto, não se pode ignorar que a Colônia Brusque foi implantada pelo governo imperial e aos colonos foi assegurada uma série de benefícios. A começar pelos seus lotes coloniais, que lhes foram entregues sem qualquer custo. Ferramentas e espingardas, educação pública, medicamentos, assistência médica e até transporte hospitalar para a capital Desterro, integravam essa lista de benefícios sociais.

Nos primeiros 18 meses, os colonos receberam também um auxílio financeiro destinado à alimentação. Uma “tabela de rações” havia sido aprovada pelo governo imperial, fixando para as crianças com até 13 anos, uma diária no valor de 200 réis. Para os adultos a diária seria de 400 réis. Conforme o número de familiares, essa versão colonial de Auxílio Brasil podia alcançar o valor máximo de 60 mil réis por mês.

No começo, o valor do auxílio foi pago em mantimentos fornecidos pela diretoria. Entre outros alimentos, a “tabela das rações” relacionava toucinho, carne seca, feijão, arroz, café e sal. Até o fornecimento de lenha, numa quantidade de “2 achas por dia a cada colono”, era-lhes garantido, item este completamente desnecessário, pois com a derrubada da mata lenha não faltava nas casas e alojamentos dos colonos.

Austero, sempre preocupado em evitar despesas supérfluas, o Barão de Schneeburg sugeriu ao governo da província o corte do pagamento de lenha e a redução da cota de sal para “5 réis por dia, por cabeça”. Entendia o diretor que essa quantidade mais do que suficiente para temperar a frugal alimentação dos colonos, naqueles primeiros e difíceis dias de trabalho incessante.

Schneeburg queria que o dinheiro economizado fosse depositado nos cofres da Diretoria, a fim de “formar uma pequena Caixa Auxiliadora”, cujos recursos seriam emprestados aos colonos que desejassem construir engenhos de “farinha de mandioca e moinhos de milho e arroz”.

Não se tem notícias sobre o funcionamento da referida Caixa. O que se sabe é que os colonos recebiam também salários do governo pelo trabalho realizado na abertura das picadas, caminhos e estradas. Embora fosse uma atividade árdua, a grande maioria dos colonos reclamava para trabalhar na implantação do sistema viário tão necessário para o desenvolvimento colonial.

Como se vê, não é de hoje que o governo concede auxílios, bolsas e subsídios para ajudar pessoas necessitadas e fomentar o desenvolvimento de uma comunidade.

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