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João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Colônia Brusque: os dois primeiros professores

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Colônia Brusque: os dois primeiros professores

João José Leal

Austríaco, o Barão de Schneeburg tinha recebido uma excelente formação educacional. Tanto que chegou ao Brasil com o título de Capitão do Corpo de Engenheiros do seu país. Em Petrópolis, havia sido professor do Colégio Calógeras, por 35 anos. Penso que essa experiência educacional o motivou a lutar, desde o início, para que a Colônia Brusque tivesse uma boa escola onde as crianças pudessem estudar.

Não se passaram dois meses de fundação e, no Relatório de 31.10.1860, o Diretor já dizia ao governo provincial que uma das necessidades urgentes era a contratação de um “mestre de bons princípios” para dar continuidade à instrução que os 112 menores existentes na Colônia haviam recebido nas escolas da Alemanha.

Schneeburg tomou a liberdade de “propor e recomendar” a contratação da “Condessa Maria Buettner, viúva de honestíssimo comportamento” para ser a instrutora das meninas da Colônia. O Diretor informou que conhecia pessoalmente a condessa, oriunda de uma “família digna de toda a consideração e de fina educação”. Apesar da origem nobre, vivia ela no Desterro, enfrentando dificuldades financeiras. Por isso, certamente “aceitaria o penoso encargo” de ser professora numa comunidade onde tudo estava para ser construído.

Apesar do entusiasmado pedido do Barão, a Condessa não foi contratada. A vida colonial tinha apenas começado e, apesar da importância da educação primária, havia outras prioridades mais urgentes, como a derrubada da mata, a construção dos ranchos e casas, as plantações e colheitas. E todo esse árduo trabalho apresentava-se como de extrema urgência, naquele momento inicial da vida brusquense. O Diretor não desistiu e acabou sendo atendido.

No ano seguinte, a Colônia já tinha a sua escola primária para o sexo feminino. Não se conhece a data certa do início das atividades docentes. Com certeza, foi no ano de 1861. Sabe-se, também, que a primeira professora brusquense foi Sofia Augusta von Knorring. Tinha o título de baronesa e pertencia a uma família da nobreza da Suécia. Como se vê, a história da educação primária brusquense tinha que começar mesmo com uma professora pertencente à nobreza europeia.

Faltava uma escola para os rapazes. No Relatório de 1862, o Barão reiterou o pedido, dizendo ser “sumamente útil e necessária”, a criação de uma escola para as crianças do sexo masculino. Foi mais uma luta sustentada por insistentes pedidos do Barão de Schneeburg.

Finalmente, em 1864, a Colônia Brusque já contava com a sua escola masculina. O primeiro professor foi Maximiliano von Borowski, nomeado pelo governo provincial com o salário de 50 mil réis por mês.

Se hoje Brusque tem uma educação de qualidade, muito se deve aos esforços iniciais do Barão de Schneeburg.

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