João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Colônia Brusque: Subdelegacia de Polícia e Juizado de Paz

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Colônia Brusque: Subdelegacia de Polícia e Juizado de Paz

João José Leal

Por seu bom nível de qualidade de vida e tranquilidade social, Brusque é uma das boas cidades catarinenses para se viver. Penso que tudo começou nos primeiros tempos da sua vida colonial. Graças ao Barão de Schnéeburg, a Colônia foi fundada para trilhar o caminho da prosperidade, segurança e bem-estar social.

Nos primeiros tempos, os conflitos sociais eram mínimos e sem maior gravidade. O primeiro crime relatado em documento oficial – furto de dinheiro depositado no frágil cofre da sede da Colônia – aconteceu em março de 1862. Outro registro de crime mais grave, não se conhece, a não ser uma ou outra desavença sem maior consequência entre vizinhos, o que não devia ser frequente porque moravam distantes um do outro, em seus lotes coloniais.

Nas poucas casas de comércio, simples bodegas onde se vendiam alimentos e cachaça já produzida na Colônia, encrencas e discussões com ofensas e ameaças, certamente, não deixavam de acontecer. Mas, também, não eram muitas e nem graves a ponto de merecerem registro em documento da época. Assim era o clima de ordem e segurança coletiva existente na Colônia Brusque dos primeiros anos de vida.

Mesmo assim, no final de 1862, Schnéeburg escreveu ao presidente da Província dizendo que era “de summa e quase indispensável conveniência”, a criação de uma Subdelegacia de Polícia e de um Juizado de Paz, para “o bom andamento, conservação da moralidade e do tranquilo progresso da Colônia”. Para o diretor, a presença de um juiz de paz e de uma autoridade policial ajudaria a evitar conflitos, agressões, ações de violência e desordens sociais, ou “atropelações e desgostos de todos os títulos”, como resumiu ele no relatório daquele ano. Além disso, aliviaria o exaustivo trabalho da direção.

Foram diversos os pedidos feitos pelo Barão Schnéeburg. No entanto, já velho e doente, deixou a Colônia para aqui não mais voltar, sem ter visto a implantação da Subdelegacia de Polícia nem do Juizado de Paz. Os dirigentes que lhe sucederam continuaram insistindo na reivindicação. Só no ano de 1867, a Colônia passou a contar com a Subdelegacia, mas funcionando precariamente, com a função policial sendo exercida por voluntários dispostos a prender e soltar eventuais infratores.

A primeira autoridade policial só foi nomeada para assumir o cargo, alguns anos depois. Quanto ao tão solicitado Juizado de Paz, deve ter sido criado depois de 1877, quando a Colônia registrou o seu primeiro homicídio. De qualquer forma, a tranquilidade continuou reinando na vida colonial, sem a ocorrência de crimes mais graves. Como se vê, temos uma história de ordem, de respeito à lei e aos bons costumes.

Por isso, precisamos manter essa salutar tradição para que possamos caminhar nas ruas de nossa cidade com segurança e sem sobressaltos.

 

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