João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Comunidade Evangélica: uma história de fé e trabalho

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Comunidade Evangélica: uma história de fé e trabalho

João José Leal

Tudo começou em 4 de agosto de 1860, com a chegada dos primeiros 55 imigrantes alemães à Colônia Brusque, esta Terra fundada pelo Barão de Schnéeburg, seu primeiro diretor. Nos primeiros anos, eram só imigrantes de origem germânica. Todos traziam consigo a vontade firme de, trabalhar para vencer na nova pátria e as lembranças saudosas da terra natal. Traziam também, na bagagem espiritual, a fé religiosa católica ou evangélica luterana, conforme anotações feitas pelo próprio Barão em documento oficial.

Embora tudo estivesse por ser construído, estradas, caminhos, moradias, derrubada da mata, preparo da terra e as semeaduras para as colheitas que haveriam de garantir a sobrevivência material, os colonos não deixaram de se preocupar com a prática religiosa. Consciente disso, dois meses depois da fundação, o Diretor já comunicava ao governo provincial que os seus colonos se ressentiam da falta de um ministro religioso.

Assim, nos primeiros anos, a assistência religiosa seria prestada pelo padre Gattone, de Gaspar, e pelo pastor Hesse, de Blumenau, em uma ou duas visitas anuais. Apesar da ausência de seu ministro religioso aqui residente, certamente os colonos não deixaram de realizar seus cultos nem de fazer as suas orações em ranchos ou em suas rústicas casas de pau a pique.

Já no ano de 1862, os colonos luteranos erigiram a sua primeira capela. Segundo palavras de Schnéeburg, “os colonos evangélicos fizeram nas Bateas e às suas expensas uma pequena casa de fraca construção em que se reúnem aos domingos para os seus cultos”. O que o diretor queria dizer é que a capela não passava de uma tosca construção de tábuas brutas, coberta com folhas de palmiteiro, como assim eram as primeiras casas e ranchos coloniais.

Não se sabe o domingo certo em que a capela evangélica foi inaugurada para receber as orações e as preces dos seus fiéis, num culto sem a presença de um pastor. Mesmo assim, ali estava lançada a primeira pedra sobre a qual iria ser construída a Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Brusque.

Tanto que, no ano seguinte, em 17 de abril de 1863, foi criada a Comunidade Luterana na sede da Colônia, com a aprovação de seus estatutos e a celebração de um solene Gottesdienst, ministrado pelo pastor Hesse.

A partir daí, seria escrita toda uma história de fé e religiosidade, com os evangélicos luteranos marcando destacada presença na vida não só religiosa, mas também econômica e política de nossa cidade. Na última segunda-feira, a Comunidade Evangélica de Brusque completou 160 anos de fundação.

A data, merecidamente, foi comemorada pelos seus atuais dirigentes, pastores e fiéis seguidores da doutrina luterana. Parabéns aos nossos evangélicos! Afinal, quem não conhece o passado, dificilmente saberá o caminho para o futuro.

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