Covid-19: a volta dos abraços e apertos de mãos
Filósofos escreveram e a sabedoria popular tem repetido que investigar o passado é conhecer o presente, é saber para o futuro. Assim, desde março que o coronavírus começou a sua funesta sina de contagiar e causar mortes aos milhares, pesquisei sobre sua parente do começo do século 20, a gripe espanhola. Com o seu sinistro […]
Filósofos escreveram e a sabedoria popular tem repetido que investigar o passado é conhecer o presente, é saber para o futuro. Assim, desde março que o coronavírus começou a sua funesta sina de contagiar e causar mortes aos milhares, pesquisei sobre sua parente do começo do século 20, a gripe espanhola. Com o seu sinistro vírus contagioso escondido na bagagem da doença e da morte, infectou populações do mundo inteiro. Matou muito mais gente do que a atual Covid-19. Tantas foram as vítimas que se fala no assombroso número de 50 milhões mortos e até mais.
A diferença é que a pandemia do século passado contagiava grande parte de uma comunidade e, dois ou três meses depois, desaparecia ou se tornava endêmica. Em Florianópolis, na vizinha Itajaí e em nossa cidade, epidemia mesmo durou em torno de 45 dias. Em seguida, travestiu-se de uma variante do vírus da influenza, o H1N1, então com o apelido de Limpa-Velhos e continuou infectando isoladamente, mas sem causar mortes em grande escala. É a nossa conhecida gripe dos dias atuais. Covardemente, ainda prefere os velhinhos. Mas, graças à tradicional vacina de cada ano, contam com um eficiente escudo para se defender do teimoso vírus da antiga espanhola.
Dizem que a história se repete. Com a pesquisa na cabeça e conhecendo o passado da espanhola, quando a Covid-19 começou a mostrar seus dentes de impiedosa letalidade, em março do ano passado, imaginei que teríamos um repeteco da história de 100 anos passados. Por algum tempo, acreditei que a atual pandemia iria enfraquecer em dois ou três meses e nos deixar em paz, com as nossas antigas doenças que não são poucas. Afinal, diante da doença que leva para o hospital e mata sem piedade, esperança é sempre um bom remédio.
Chegamos em junho. Diante dos números divulgados, pensei que o tenebroso coronavírus iria arrefecer na sua virulenta sanha. Puro engano de leigo. Veio o mês de outubro e novamente a ilusão de que, mesmo sem vacina, estávamos vencendo a pandemia. Foi apenas mais uma enganadora trégua.
Já no começo deste ano, a doença e a morte voltaram com mais força a fim de aumentar o pânico que tomara conta de nossas vidas. Mesmo com a tão esperada vacina sendo aplicada aos milhares, o vírus continuou a sua soturna missão de causar doença, medo e morte.
Mas, como já escrevi, desde que chegou a primavera estamos vivendo um tempo de esperança. A epidemia vem diminuindo de forma constante. Com certeza, a vacina está mostrando a sua eficácia contra o mal. Diante do retrospecto de vai-e-vem enganador da Covid, os infectologistas dizem que ainda é preciso cautela, porque o coronavírus ainda tem os seus mistérios que a ciência não consegue explicar.
De qualquer forma, estou confiante de que não será mais como no ano passado. Daqui a um mês, poderemos nos dar as mãos e nos abraçar para festejar o Natal e o novo ano que haverá de ser de saúde e paz.