Dia da secretária
No final de semana, assisti ao filme “Destino de uma Nação. A câmera foca os primeiros dias do governo de Winston Churchill, quando a Europa continental havia sido ocupada pelas forças militares da Alemanha nazista. Naqueles tenebrosos dias de medo e incerteza diante do poder e do terror nazista, naquelas “Horas Negras”, como diz o […]
No final de semana, assisti ao filme “Destino de uma Nação. A câmera foca os primeiros dias do governo de Winston Churchill, quando a Europa continental havia sido ocupada pelas forças militares da Alemanha nazista. Naqueles tenebrosos dias de medo e incerteza diante do poder e do terror nazista, naquelas “Horas Negras”, como diz o título original da película, solitário e quase sozinho, Churchill muitas vezes descarregou a sua irritação, o seu mau humor, até as suas indelicadezas e grosserias, em cima da sua dedicada secretária.
Do seu importante Chefe, o homem que comandava a nação em guerra, com humildade e paciência, sempre sob forte tensão, às vezes em lágrimas, aquela secretária de mãos hábeis, dedos velozes nas teclas e com extrema competência, datilografou, palavra por palavra, os mais famosos discursos e declarações de Estado da II Guerra Mundial. Mal sabia ela que aquelas palavras de resistência e esperança, proferidas na voz eloquente do grande estadista de seu país, fariam o povo inglês acreditar na vitória, mesmo quando tudo parecia perdido e que a Inglaterra sucumbiria diante do poder militar alemão.
Pois é, comentando o filme, lembrei que, hoje, comemora-se o Dia da Secretária. Não estamos numa guerra mundial, os discursos são outros e a máquina de escrever, principal instrumento de trabalho das secretárias, há muito foi aposentada. Mas, elas continuam exercendo suas importantes atividades.
É a secretária que nos atende primeiro, quando queremos falar com uma autoridade, com o chefe de uma repartição pública ou o diretor de um empresa, que quase nunca podem atender porque estão sempre em reunião. Mas, com aquela voz polida, de forma gentil, é ela que nos pergunta quem quer falar com o chefe, pede para adiantar o assunto ou deixar o número do telefone.
É, também, a secretária que nos atende ao telefone, quando queremos marcar uma consulta médica pelo plano de saúde e nos diz, com enorme paciência e gentileza, que a agenda está lotada e que só tem vaga para depois de três meses. Mas, sempre atenciosa, nos informa que, para consulta particular, consegue encaixar um horário para o mesmo dia. Tudo conforme a receita do seu chefe médico.
Assim é a secretária, fiel escudeira a combater na linha de frente, em nome do seu chefe, eventuais reclamações, até impropérios de clientes, pacientes e usuários do serviço público e privado, com ou sem razão insatisfeitos com o atendimento ou o serviço prestado.
O que seria dos advogados, médicos, dentistas, diretores de empesas, autoridades públicas em geral e tantos outros chefes se não tivessem, na sala de espera, a sua fiel secretária a controlar a agenda das reuniões, das consultas, das audiências e a servir de filtro para ordenar o rol de quem vai e de quem não vai ser atendido ou falar com o chefe? Certamente, seria um inferno!
Dedico esta crônica à Rosana Bianchini, que um dia foi minha fiel e dedicada secretária e a todas as secretárias. Parabéns a todas pelo seu Dia.