João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Jornal nosso de cada dia

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Jornal nosso de cada dia

João José Leal

Esta semana, o grupo de comunicação NSC deixou de editar a versão impressa dos jornais Diário Catarinense, JSC e A Notícia. Agora, só edição digital. Sou do tempo em que acadêmico de Direito ia para a Faculdade com livros e um jornal embaixo do braço. É triste saber que, por conta da nova onda da mídia eletrônica, os jornais das maiores cidades catarinenses saíram de circulação.

Desde que, em 1455, Johannes Gutenberg construiu a primeira prensa de tipos móveis, considerada uma das grandes invenções da humanidade, livros foram impressos às centenas, aos milhares, aos milhões. Com ela, o livro se transformou numa poderosa arma de combate à ignorância e num eficaz instrumento de aquisição do conhecimento e de conscientização das pessoas.

Não foi somente a edição de livros às mãos cheias, como escreveu o poeta. A prensa do grande inventor alemão permitiu que, tempos depois, jornais surgissem por toda a Europa, revolucionando os meios de comunicação social.

Já no século 18, o jornal se tornou o principal veículo de informação. Nas suas páginas diárias ou semanais, os leitores tomavam conhecimento das últimas notícias, eram informados do que se passava em sua comunidade, no seu país e, também, nas terras estrangeiras. Então, o jornal impresso conheceu os seus anos dourados, reinou absoluto e se consolidou como sinônimo único de imprensa e de comunicação social.

Cada cidade que se prezasse deveria ter o seu jornal. No Brasil, o primeiro jornal – a Gazeta do Rio de Janeiro – foi editado a partir de 1808, quando Dom João VI, fugindo do exército napoleônico, aportou em nossa terra. O Catharinense, fundado por Jerônimo Coelho, circulou a partir de 1831 e marcou o início da imprensa em nosso Estado.

Blumenau conheceu o seu primeiro jornal no ano de 1865; Itajaí, em 1883 e Tijucas, em 1885. Brusque, no entanto, só viu circular o seu primeiro jornal, a Gazeta Brusquense, em janeiro de 1912.

Vieram os ventos da mudança. Trouxeram consigo a época do Rádio e todos nós passamos a ser ouvintes das últimas notícias. Chegou o tempo da TV e, todos nós, sentados na poltrona das nossas salas, fomos transformados em expectadores dos acontecimentos de cada dia. Mesmo assim, o jornal impresso resistiu e continuou sua missão de informar, de ser um importante instrumento de comunicação social.

Então, a história da comunicação social foi sacudida por um potente vendaval cibernético. Todos conectados, estamos vivendo a nova era da internet, da informação virtual, infinita e aberta. Agora, em frente ao computador ou com telefone celular nas mãos, somos todos fotógrafos e um pouco jornalistas a repassar e reportar os acontecimentos de cada dia. Daí o enorme desafio enfrentado pela mídia impressa.

Em Brusque, há 65 anos, o jornal O Município continua a sua missão de bem informar, a cada manhã, os seus fiéis leitores. Aos seus diretores e jornalistas, os meus cumprimentos pelo importante trabalho de comunicação social.

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