Outono 2024: um verão que não deixará saudades
Nem parece, mas já estamos no outono. Cumprindo a lei física que rege a viagem dos astros através do espaço sideral, o nosso planeta mais uma vez terá o seu Equinócio de outono, quando dia e noite terão a mesma duração de 12 horas. Assim, mal começou a madrugada de hoje e, aos seis minutos cravados, já estávamos dormindo na estação das temperaturas amenas. Espero que assim seja, daqui pra frente. Afinal, até ontem fomos suficientemente castigados por um tempo estival de calor infernal, que nos fez suar sem botar a mão na massa.
Dizem os doutores do tempo que esse verão foi o mais quente já registrado no Brasil. Houve um dia, lá para o norte das Minas Gerais, que os termômetros bateram na casa dos 44,8°C, isso sem contar a sensação térmica, como dizem eles, que deve ter passado dos 50 graus. Dá para imaginar uma pessoa caminhando ou trabalhado ao meio do dia e em pleno sol?
Não foram apenas três meses de calor. No começo de outubro passado, estive em Manaus. A Amazônia parecia estar pegando fogo, de tão quente. Não dava para caminhar nas ruas ensolaradas. Voltei para Brusque e percebi que, também aqui; a temperatura não estava pra pinguim nem pra esquimó.
A primavera ainda não havia completado o seu primeiro mês e passamos conviver com altas temperaturas e tempestades de causar enormes estragos na nossa Brusque e em muitas outras cidades brasileiras.
Tudo por conta desse moleque diabólico chamado El Niño, que aquece a temperatura das águas do Pacífico e provoca essas terríveis ondas de intenso calor. O pior, garantem os profetas do tempo, é que esse capeta do sol escaldante, das chuvas copiosas de causar inundações, das tormentas que nos assustam, dos ventos e vendavais que deixam um rastro de desgraça na sua passagem, continuará esquentando além da conta os nossos dias e noites ainda por algum tempo.
Não como até ontem e hoje também que, segundo a previsão, será um dia tão quente de nos deixar indolentes e ser um pretexto para se jogar nos braços da ninfa da preguiça. Seria insuportável e um castigo que não merecemos. Então, não se sabe ao certo quando, o indesejado moleque do tempo sairá de cena para dar lugar à sua companheira menos desastrosa La Niña, que virá para resfriar as águas oceânicas e nos livrar desses insuportáveis e abrasadores dias de calor intenso.
Pela minha experiência de 82 outonos, estou certo de que a Mãe-Natureza não esquecerá dos seus filhos, mesmo que por eles seja muitas vezes maltratada. Assim, não deixará de nos brindar com dias mais frescos e agradáveis, que serão muito bem-vindos porque ninguém é masoquista para gostar de viver numa fornalha ardente.
E quando essas ondas caniculares cederem lugar para dias verdadeiramente outonais, penso que ninguém vai sentir saudade desse verão tão quente e cheio de calor.