João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Rainha do voleibol catarinense

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Rainha do voleibol catarinense

João José Leal

A brusquense Ruth Hoffmann foi Intensamente aplaudida pelo entusiasmado público que lotou a Arena da cidade, na noite da última sexta-feira. A atleta havia sido convidada para dar o primeiro saque da partida oficial de vôlei entre as equipes de Brusque e a de Blumenau.

O fato não teria importância maior se Ruth fosse atleta inscrita na equipe de nossa cidade e se ela não tivesse 85 anos de idade. Também não mereceria o destaque alcançado nos meios de comunicação, se não fosse a extraordinária biografia da homenageada, que mereceu notícias na imprensa local e nacional. O Ge Globo se refere a Ruth como “atleta multicampeã na modalidade do vôlei em Santa Catarina” e diz que seu nome pode ser incluído “no Guinness Book, o livro dos recordes”.

Esporte é exercício interminável, é disputa renhida e competição incansável, onde só os fortes e obstinadamente perseverantes se destacam para alcançar o merecido prêmio da vitória e serem os escolhidos para subir ao pódio, esse palco da glória desportiva. Como acontece com todos grandes atletas, Ruth começou cedo a sua gloriosa trajetória de excelente jogadora de voleibol. Criança de apenas 10 anos, já pisava a quadra da sua escola, o Colégio Carlos Renaux. Aos 12 anos, passou a integrar a equipe infantil do Bandeirante, berço de destacados atletas do voleibol catarinense.

Naquela histórica quadra, sede dos primeiros jogos abertos de Santa Catarina, Ruth participou das suas primeiras competições oficiais revelando seu perfeito domínio dos fundamentos desse esporte chamado voleibol, para se tornar uma atleta vitoriosa, por mais de 25 anos de carreira. Por isso, não é exagero afirmar que foi ela uma das melhores voleibolistas catarinenses de todos os tempos.

Ruth Hoffmann não foi somente uma grande jogadora de vôlei. Numa época em que o profissionalismo só existia no futebol, e mesmo assim, só nos grandes times do Rio e São Paulo, com a mesma competência revelada nas quadras, casada, soube ela encontrar tempo suficiente para se dedicar à família, o marido e seus três filhos. Da mesma forma, a devotada dedicação dispensada ao vôlei não lhe impediu de trabalhar até se aposentar como funcionária do INPS.

Mesmo tendo que dividir sua vida entre o vôlei, a família e o trabalho, Ruth foi campeã estadual por 15 vezes. Participou dos Jogos Abertos de Santa Catarina por 12 anos e em sete deles recebeu a medalha de ouro. Participou, também de dois campeonatos brasileiros de voleibol. Convocada para a Seleção Brasileira, não chegou a jogar por causa da sua primeira gravidez.

Em competições oficiais, Ruth jogou vôlei até os anos de 1970, tempo verdadeiramente extraordinário para uma atleta em qualquer modalidade desportiva. Mas, nunca deixou de pisar a quadra para sacar, defender e cortar uma bola. Hoje, com 85 anos, continua praticando esse belo e elegante esporte em equipes de veteranas.

Por toda essa brilhante carreira nas quadras de Brusque, de Santa Catarina e do Brasil, Ruth Hoffmann foi vivamente ovacionada na Arena de nossa cidade. Por tudo isso e muito mais que deixou de ser escrito, merece ela o título de Rainha do Voleibol de Santa Catarina.

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