Walter Orthmann: trabalhar é viver!
A Declaração Universal dos Direitos Humanos prescreve que “todos os seres humanos têm direito ao trabalho, à livre escolha de emprego e à proteção contra o desemprego”. E a nossa Constituição republicana reza que é livre o exercício de qualquer trabalho, hoje reconhecido como um direito fundamental, um valor que dignifica o cidadão. E, claro, […]
A Declaração Universal dos Direitos Humanos prescreve que “todos os seres humanos têm direito ao trabalho, à livre escolha de emprego e à proteção contra o desemprego”. E a nossa Constituição republicana reza que é livre o exercício de qualquer trabalho, hoje reconhecido como um direito fundamental, um valor que dignifica o cidadão. E, claro, também como uma atividade indispensável para se alcançar o bem-estar coletivo. Sem dúvida, o trabalho só pode engrandecer e deixar feliz quem exerce uma atividade com liberdade.
Por isso, admiro quem dedica a sua vida a exercer um trabalho livre e com amor ao que faz. A meu ver, essas pessoas merecem o nosso respeito e admiração pela tenacidade com que se dedicam ao trabalho e à missão de contribuir para o progresso e o bem-estar de toda a coletividade. Essas pessoas, penso eu, devem ser reverenciadas e homenageadas. O trabalhador brusquense Walter Orthmann é uma dessas pessoas que tem dedicado a sua vida ao trabalho dignificante. Ao longo de mais de oito décadas, com competência, pertinácia e humildade galgou cada posto da sua exemplar carreira laboral.
Walter Orthmann é uma dessas pessoas obstinadas e de uma resiliência inabalável pelo trabalho. Levou a sério as palavras de Sêneca aos homens perseverantes e de boa vontade: “Trabalha como se vivesses para sempre”. Parece, também, não ter esquecido o conselho filosófico de Confúcio: “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha”. Com sua estoica obstinação, tem feito a sua parte e trabalhado para ajudar a construir a prosperidade e o bem-estar da nossa comunidade brusquense.
No mês passado, Walter Orthmann completou 84 anos de trabalho ininterruptos numa mesma empresa, a RenauxView. Antes, ainda criança, já havia trabalhado quatro anos para pagar os estudos. Essa extraordinária epopeia trabalhista já lhe garantiu a presença frequente nos meios de comunicação, destaque numa Escola de Samba de São Paulo e um lugar no topo do livro dos recordes, o Guinness World Records. E, claro, reconhecimento e admiração de todos os trabalhadores.
Ontem, mais uma marca alcançada, Walter Orthmann completou 100 anos de idade, batendo ponto na mesma empresa em que trabalha desde os 16 anos. No entanto, merecidamente, foi dispensado para receber as homenagens de autoridades e dirigentes da empresa. E, claro, para o abraço fraternal dos seus colegas. Numa sociedade cada vez mais automatizada, a sua história de vida dedicada ao trabalho tenaz e perseverante, com certeza, será lembrada como um importante exemplo pelas futuras gerações de Brusque.
Afinal, como disse ele em uma de suas entrevistas, “é o trabalho que nos mantém vivo”. E não afirmou em vão. Agora centenário, continua com a saúde necessária para continuar trabalhando, “carregando o seu punhado de areia”.