Fora de casa, Brusque não reproduz frações de seu verdadeiro potencial
Após uma atuação digna contra o Cruzeiro, quadricolor decaiu em São Luíz e foi terrível em Campinas; nível exibido em casa é outro
No seriado “Ruptura”, da Apple TV+, alguns funcionários de uma empresa passaram por um procedimento que separa suas memórias do trabalho das suas memórias fora dele. Ou seja, no trabalho, a pessoa não se lembra de nada da sua vida externa, e quando está fora do trabalho, não faz ideia do que se passou na empresa. Fazendo uma comparação grosseira, é o que parece estar acontecendo com o Brusque dentro e fora de casa, ao menos nos três últimos jogos. Nem parece o mesmo time, sendo que até a escalação era praticamente a mesma da rodada anterior.
A atuação contra a Ponte Preta foi muito ruim. É necessário muito esforço para tirar algo de positivo do que foi apresentado. O quadricolor nem chegou a criar chances ao ponto de perdê-las, como aconteceu contra o Sampaio Corrêa e como vem acontecendo quando o resultado não vem. Diego Jardel foi anulado no meio, Pará e Airton pouco fizeram em suas subidas, e Fernandinho e Alex Sandro tiveram atuações bem abaixo da média.
Luiz Antônio e Balotelli foram discretos (com destaque ao balaço na trave do primeiro), e boa parte das jogadas passava por Rodolfo Potiguar, tentando lançamentos em profundidade nas pontas, sem sucesso. Ligações diretas foram ineficazes, e as mudanças foram insuficientes. Já em casa, contra o CSA, o quadricolor tomou as rédeas do jogo após um início fraco e fez uma atuação muito segura.
A Ponte Preta soube muito bem neutralizar o Brusque e, vivendo um momento conturbado, ganhou moral com a vitória. No primeiro gol, Fernandinho foi driblado por Norberto, não teve cobertura e não conseguiu pará-lo com falta. No segundo, Airton, que era quem marcava Lucca, parou após o cabeceio de Wallisson entre três. Ruan Carneiro teve a infelicidade de a bola bater na trave após sua defesa. Lucca acreditou na jogada, Airton não. Dois a zero.
Por enquanto, a melhor atuação fora de casa foi contra o Cruzeiro. Se o Brusque terminar o campeonato com 19 vitórias em casa e 19 derrotas fora, terá ótimos 57 pontos. Mas não será possível vencer sempre no Gigantinho, então é hora de mudar muita coisa para quando jogar longe dele. Quanto mais tempo levar para a versão visitante do Brusque demorar para pontuar, mais pressão haverá para a versão mandante.
Força caseira
Mas, antes de voltar a jogar fora de casa, o Brusque joga às 21h30 desta quinta-feira, 5, contra a Chapecoense, no Augusto Bauer. Haverá mais quatro opções no banco de reservas e, dentre os jogadores que estão no departamento médico, não há muitos retornos previstos. Talvez Crislan consiga figurar no banco, mas é de se duvidar que haja novidades.
Já são 14 jogos de invencibilidade como mandante, zero derrotas em 2022 e cinco partidas sem sofrer gols em casa. Enquanto isto, a Chape venceu Novorizontino e Grêmio fora de casa. O quadricolor precisará estar em suas melhores noites para vencer. Se o torcedor estiver indeciso, recomendo o otimismo para pensar que quem jogará será a versão que venceu o CSA, não a que perdeu para a Ponte Preta.
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