OPINIÃO – Brusque apostou alto ao trocar técnicos, que não são os únicos responsáveis
Quadricolor entra em campo apático, desconectado e nem conseguer criar as tantas chances que costumava perder
Quadricolor entra em campo apático, desconectado e nem conseguer criar as tantas chances que costumava perder
Já é tema de conversas entre torcedores o desejo pela demissão do técnico Luan Carlos. Sua saída é pedida por partes da torcida e da imprensa. A diretoria demitiu Waguinho Dias pela pressão externa e interna em sete rodadas e decidiu por apostar numa novidade. Aliás, se pouco se fala da responsabilidade da diretoria, menos ainda se admite a pressão sobre Waguinho Dias. Agora é como se ninguém tivesse protestado e pedido pela saída do treinador e como se a diretoria não tivesse recebido reclamações.
A não ser que haja uma reviravolta que nos queime língua e dedos, houve equívocos em vários elementos das decisões tomadas pela diretoria sobre troca de treinador. Porque o Brusque precisava, e precisa, de resultados imediatos. E não eram claras nem grandes as chances de eles aparecerem em curto prazo com um treinador-revelação em um ambiente de pressão enorme, torcida impaciente e pouco tempo de trabalho. Foi uma aposta de risco alto. Os riscos eram evidentes.
A princípio, o Brusque seguirá aos trancos e barrancos na Série B, com tropeços num canto, alguns triunfos em outro. Luan Carlos continua com seu trabalho, com as orelhas fervendo, e dificilmente mudará suas características. Tirá-lo agora, depois de cinco ou seis jogos, seria o assinar o atestado de uma decisão mal calculada.
Se a pressão sobre o treinador chegar ao insustentável, será necessário se perguntar algumas questões: Há mais responsáveis além do treinador? Como está o vestiário? Há orçamento para bancar um técnico mais experiente? Este técnico vai se encaixar em um elenco formado por tantos veteranos que já passaram por clubes maiores?
Até lá, Luan Carlos é o técnico do Brusque, e precisa encontrar soluções o quanto antes.
Quem dera fossem os treinadores os problemas, ou os únicos problemas. Seria bem mais simples. Tem sido um tanto agonizante assistir aos jogos do Brusque, e não é de hoje. Antes fosse questão de o time fazer boas apresentações e o problema ser uma quantidade desumana de chances perdidas. Não é mais isso. Há uma apatia estranha no dia de jogo, uma desconexão entre time e torcida, e nem criar as oportunidades o time tem conseguido com a mesma frequência e qualidade.
É um clima de tristeza e impotência geral. Por exemplo, depois do jogo, são muitos jogadores que se omitem na hora de dar explicações nas rádios sobre o que está acontecendo. Poucos estão aceitando o microfone. Torcida e imprensa estão disponíveis. Se há algum problema oculto, algo que ninguém notou, é possível falar. Ainda estamos aqui.
Faltam 26 rodadas. Que não deixem as grandes decisões para as últimas cinco.
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