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Derrota na final é dolorida, mas Brusque chega à Série C em boas condições

Enquanto outros clubes precisam se remontar em abril, quadricolor tem uma base para construir e avançar

O Brusque não foi capaz de vencer o Criciúma em casa, em uma final do tipo “não era pra ser”. A equipe entrou no jogo muito nervosa, pilhada, perdida, e quase pôs tudo a perder logo de início no lance em que o Criciúma reclamou pênalti sobre Eder. Somente mais tarde começou a disputar a final de fato. Desperdiçou tempo na pilha errada.

Mas em qualquer outra tarde, talvez Jhemerson tivesse marcado um gol de placa e Marcelo Hermes estivesse em qualquer outro lugar, menos lá para evitar o gol. Talvez, na finalização de Guilherme Queiróz, a bola batesse na trave e entrasse, em vez de ter saído. Talvez houvesse espaço para mais um dos vários milagres de Matheus Nogueira no chute de Hélder.

O Criciúma cresceu muito no decorrer do campeonato e, como um time de Série B, cumpriu sua obrigação de vencer um time de Série C. É do futebol. Uma derrota dentro do futebol.

Há um trabalho em construção, um caminho sendo seguido pelo Brusque. Os números e os desempenhos recentes (com exceção da final, em que o quadricolor esteve abaixo de suas capacidades) credenciam Luizinho Lopes e este elenco a continuarem a caminhada na Série C.

Alguns jogadores saem, outros chegam, mas o Brusque chega ao Campeonato Brasileiro melhor do que outros clubes. Porque não precisa reformular, demitir, refazer um projeto, como acontece com outras equipes (o Figueirense, para termos um exemplo próximo). O Brusque não. O Brusque tem uma base em que se é possível, ajustar, construir e avançar.

Jogadores, comissão técnica e diretoria falam em brigar por acesso à Série B. É muito difícil, mas é possível, sim. É necessário reforçar o caixa, se reforçar e amadurecer o trabalho em campo. O Brusque segue num caminho que parece ser o certo.

Nota zero

Enquanto a derrota em campo faz parte do futebol, houve um papelão injustificável por conta de alguns torcedores na arquibancada coberta. Até os 20 minutos do primeiro tempo, tinha bate-boca aqui e acolá, objetos arremessados de um lado para o outro e até intervenção da Polícia Militar com uso de força. Isto no momento mais delicado do Brusque no jogo, quando era para todo mundo estar perdendo a voz apoiando o time.

Depois, com o gol de Hélder, alguns torcedores perderam qualquer senso do ridículo e começaram a jogar copos nos camarotes da diretoria do Criciúma, aos berros, xingamentos e ameaças. A PM chegou a usar spray de pimenta, e houve até dificuldade para o pessoal do Tigre descer e acessar o campo.

Claro que perder uma final dá nos nervos, mas “me ajuda a te ajudar”. Aí complica para defendermos partidas no Augusto Bauer e o direito do Brusque de jogar na própria cidade em jogos decisivos. Como diria um ilustre xará mineiro, “estão de brincanagem com a minha face”.