Brusque mal consegue lutar para ficar na Série B, e campanha fica mais melancólica a cada jogo

Quadricolor é tão problemático no ataque que consegue frustrar até as expectativas mais modestas para 2022

Brusque mal consegue lutar para ficar na Série B, e campanha fica mais melancólica a cada jogo

Quadricolor é tão problemático no ataque que consegue frustrar até as expectativas mais modestas para 2022

João Vítor Roberge

Com mais de 95% de probabilidade de ser rebaixado, o Brusque tem se tornado um saco de pancadas confortável neste final de Série B, ideal para quem precisa de uma mudança de rumos no campeonato. Era esperado, no mínimo dos mínimos, que o quadricolor lutasse arduamente contra o descenso. A realidade é pior do que a expectativa mais modesta: o Brusque afunda com facilidade, sem revidar, sem dificultar a vida dos adversários.

Cada partida traz um fio de esperança. É sempre possível sonhar: “será que agora vai?” “Será que o Brusque vai ganhar um jogo, ou pelo menos pontuar?” Até que a realidade arrebenta o fio e mostra que estamos diante do ponto mais baixo, em termos de desempenho em campo, desde 2012.

Vêm aí dois confrontos diretos, contra Operário e Novorizontino. Era suposto chegar a este momento em clima de decisão, com grandes mobilizações e um ataque que fizesse gols na marra. Mas não adianta o time sofrer poucos gols, se esforçar para não ser vazado, se do meio pra frente o desempenho é tão pífio. E não é falta de vontade, de esforço. São abalos psicológicos,

Esta campanha se deteriora a ponto de se tornar vexatória, mesmo com a ressalva de que é um dos clubes com menores orçamentos e o que mais carece de estrutura e patrimônio. Não está dando nem para lutar. Falta tudo no Brusque.

Contudo, de qualquer forma, a matemática permite ainda permite que um milagre comece na quinta-feira, 13, no dia seguinte ao 35º aniversário do quadricolor.

E depois?

Ao torcedor, é necessário também pensar à frente, imaginando o depois do quase inevitável rebaixamento. O Brusque precisará de um “para-quedas”, para não transformar o descenso num retrocesso drástico. A diretoria precisa continuar o trabalho, fazer sua autocrítica, corrigir erros e reestruturar o elenco. Há jogadores que podem continuar. Outros deveriam, mas, pelo rebaixamento, não aceitariam estar uma Série C, e seus salários se tornariam altos demais. A maior parte pode seguir com suas carreiras em outros clubes.

Tudo indica que em 2023 haverá Recopa Catarinense, Campeonato Catarinense, Copa do Brasil, Série C do Brasileiro e, quem sabe, a Copa Santa Catarina. Seria bom o clube, numa ausência de calendário até novembro/dezembro, voltar a utilizar a Copa SC como laboratório, visando 2024.

No mais, a torcida e a cidade precisarão se engajar em uma campanha de público presente no estádio Augusto Bauer, se espelhando no comportamento de algumas das maiores torcidas do país para reerguer seus clubes após um rebaixamento.


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