Jocimar dos Santos é terceiro vereador preso em Brusque na história
Primeira prisão de vereador aconteceu em 1969
A prisão de Jocimar dos Santos (DC) se trata da terceira vez que um vereador foi preso durante o exercício do mandato em Brusque. O parlamentar foi preso em flagrante nesta quinta-feira, 30, enquanto recebia dinheiro de rachadinha do suplente de vereador Eder Leite (DC). O esquema foi denunciado por Eder.
Após serem informados pelo suplente, agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) flagraram Jocimar recebendo o valor em frente ao Banco do Brasil, momento em que ele foi abordado e preso.
O vereador foi fotografado na hora em que Eder repassou o dinheiro. Além disso, o próprio suplente gravou o momento. Os dois foram levados para a delegacia e Eder foi liberado após prestar depoimento.
O Município buscou dados com estudiosos da política de Brusque e na hemeroteca digital catarinense, para encontrar informações de registros antigos de prisões de vereadores na cidade. O primeiro parlamentar preso foi detido em 1969, há 54 anos.
Vereador Abércio se entregou
O então vereador Abércio Gracher, do antigo partido político Arena, foi preso após assassinar a ex-primeira-dama Orlanda Piazza Diegoli, esposa do ex-prefeito Hanibal Diegoli. As informações constam na edição de 15 de abril de 1969 do jornal A Nação.
Segundo o livro Eleições em Brusque, escrito por Danilo Moritz, Celso Westrupp e Ciro Francisco Imhof, que conta as histórias das disputas eleitorais da cidade, Abércio foi eleito vereador para a sexta legislatura da Câmara de Brusque, em 1967. Ele recebeu 458 votos, o menos votado entre os eleitos.
Abércio se entregou na delegacia minutos após assassinar Orlanda e a investigação para apurar o crime do vereador começou naquela tarde. O assassinato aconteceu na chamada rua Blumenau e, conforme A Nação, causou espanto na população local.
Prisão em 2009
A segunda prisão de um vereador aconteceu em 2009. Ademir Braz de Souza foi preso no âmbito da operação Arrastão. Segundo a NSC na época, a operação da Polícia Federal desmontou a exploração de jogos ilegais e corrupção de policiais. Ademir, que foi também delegado regional de Brusque, voltou à Câmara ainda no mesmo ano.
“Retorno a esta Casa ainda severamente abalado, talvez até transtornado, por ainda se fazerem presentes as marcas do fato que arrebatou a um só tempo, o convívio, o exercício da atividade parlamentar, enfim, que subtraiu-me temporariamente o bem maior a liberdade”, disse Ademir quando retornou ao Legislativo após a prisão.
Rachadinha
Rachadinha, crime pelo qual Jocimar foi preso, é a prática de dividir parte do dinheiro de salário em cargo público com um terceiro, geralmente em troca de algum favor. Trata-se, muitas vezes, de um acordo pré-estabelecido.
Pelo Brasil, há casos de assessores que repassam parte do salário a políticos para se manterem no cargo. Como o nome sugere, o salário é “rachado”. Segundo Eder, Jocimar cobrava 50% do valor de vereador.
Correção (01/12, às 14:45): anteriormente, não havia sido considerada a prisão do ex-vereador Ademir Braz de Souza, ocorrida em 2009 durante o mandato do ex-parlamentar. Assim, Jocimar é o terceiro vereador preso na história de Brusque. O texto foi corrigido.
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