Jogando o voto fora?
Há um tempo, vi alguém ser questionado sobre em quem votaria no primeiro turno dessas eleições. Este respondeu que votaria em um candidato(a) que não estava entre os três primeiros colocados nas pesquisas. “Então você vai jogar seu voto fora?”. Essa pergunta foi a reação da pessoa àquela resposta. Algo que me fez pensar sobre a questão de jogar o voto fora por um bom tempo.
Ora, qual o sentido do voto direto para escolher o presidente da República? Quando se vota em algum candidato, você o está escolhendo para ser o seu representante na política e isso não é pouca coisa. Ele deverá lutar pelos ideais que devem, no mínimo, assemelharem-se aos seus. Senão, por que votar em alguém que não representará as suas ideias?
Esse tipo de voto, escolhendo o “menos pior” entre os concorrentes mais famosos, é muito comum. A prova disso estava estampada nos cartazes das manifestações de junho do ano passado com os dizeres: “Candidato X não me representa!” Os motivos desse problema são evidentes, um deles é a falta de interesse da população sobre política e a outra é a mídia.
O primeiro motivo é causado pela falta de esperança que grande parte da população tem na política, no entanto este não é o objeto deste texto. O segundo, é a manipulação que a mídia faz, fazendo parecer que a eleição só está sendo disputada por alguns candidatos principais que, por sua vez, geralmente apresentam pequenas diferenças em seus planos de governo e, portanto, não trariam grande mudanças à política brasileira.
Após pensar tudo isso cheguei a uma conclusão que responderia definitivamente a questão de maneira que realmente me agradasse: não! Votar em um candidato que não está entre os principais não é estar jogando o voto fora, vou votar no candidato que melhor representa meus ideais até quando for possível, do contrário, aí sim, estaria jogando meu voto fora, votando em um candidato que, definitivamente, não me representa.
Samuel Wagner Walendowsky – 20 anos – estudante de Direito na UNIFEBE