Jogo do bicho: operação desmonta esquema familiar milionário em Blumenau
Atividade movimentou R$ 15 milhões em dois anos
A Polícia Civil de Blumenau deflagrou uma grande operação – após dois anos de investigação – que descobriu a atuação de uma família ligada ao jogo do bicho na cidade. De acordo com informações do delegado da Divisão de Investigações Criminais (DIC), Ronnie Esteves, essa família está há mais de uma década articulando o esquema em Blumenau e região.
Apenas nos últimos dois anos, eles já movimentaram cerca de R$ 15 milhões com a atividade ilícita. Um homem foi preso em flagrante.
O delegado explicou que a operação funcionava da seguinte forma: esta família de Blumenau era responsável pela instalação dos equipamentos do jogo do bicho em bares e estabelecimentos semelhantes da cidade. O proprietário do estabelecimento recebia aproximadamente 20% dos ganhos do crime, enquanto a família embolsava o restante. Eles agiam, portanto, como incentivadores e coletores da atividade criminosa.
“Eles estão há mais de 10 anos nesta atividade de maneira impune, sem repressão do estado. Durante todo este período as forças policiais ‘enxugaram gelo’, prendendo apenas os donos dos estabelecimentos, enquanto os organizadores do crime não era penalizados”.
Além de Blumenau, outras cidades tiveram atuação da Polícia Civil com busca e apreensão, todos ligados a esta família. Em Santa Catarina, as buscas ocorreram em Gaspar, Florianópolis, Itapema, Caçador e Santa Cecília. No Paraná, as cidades de Quinta do Sol e Cianorte foram visitadas.
Investigação
A Polícia Civil investigou 14 pessoas e realizou 21 mandados de busca e apreensão. A investigação teve como objetivo o combate ao jogo do bicho. Além deste crime, a Polícia Civil encontrou indícios de lavagem de dinheiro para a continuidade da operação. Foi encontrado um cofre com bastante dinheiro vivo e inclusive moeda internacional, como o dólar.
O homem que foi preso em flagrante estava em um automóvel, que também foi apreendido. A prisão ocorreu porque ele estava com dinheiro o qual não houve comprovação de origem legal.
“Nós havíamos solicitado a prisão de todos os envolvidos, bem como o sequestro dos bens e busca e apreensão. Porém, o Poder Judiciário autorizou apenas a busca e apreensão, que foi realizada. Agora iremos finalizar o inquérito e encaminhar à Justiça e ao Ministério Público para a sequência dos trâmites”, concluiu Ronnie Esteves.
Colaborou: Cristóvão Vieira
– Assista agora:
História do Santuário de Azambuja, em Brusque, está retratada em seus vitrais