Ciência, mídia e ideologia
Uma das ilusões mais difundidas no mundo contemporâneo é a de que o “iluminismo” do século XVIII pôs fim à “idade das trevas”, que religião é sinônimo de obscurantismo e que a ciência é o conhecimento verdadeiro das coisas. Esse é o padrão do que se ensina nas escolas há décadas e compõe o imaginário […]
Uma das ilusões mais difundidas no mundo contemporâneo é a de que o “iluminismo” do século XVIII pôs fim à “idade das trevas”, que religião é sinônimo de obscurantismo e que a ciência é o conhecimento verdadeiro das coisas. Esse é o padrão do que se ensina nas escolas há décadas e compõe o imaginário de quase todo mundo que se julga intelectualizado e formador de opinião.
Ora, um olhar um pouco atento aos fatos mostra que isso não passa de propaganda ideológica, eternizada nos folhetins de manuais de ensino médio. Nesse imaginário, o “renascimento” trouxe de volta a cultura greco-romana que se havia perdido, Galileu foi condenado pela Inquisição, porque a Igreja Católica era contra a ciência, e daí por diante, numa sucessão de tolice e desinformação que chega a dar dor de estômago.
Mas por que essas ideias estão tão arraigadas, de modo que contestá-las é arriscar-se a passar por tolo e fanático? Simples: as universidades e a imprensa se encarregaram de difundir essa visão ideológica da história. Não posso explicar tudo isso neste artigo, mas prometo voltar a algum ponto específico com mais detalhes em outra ocasião.
Além das interpretações enviesadas da história, não são poucos os casos de uso ideológico de estudos pretensamente científicos, que se tornaram hegemônicos e que, com o tempo, se revelaram enormes equívocos. Vejam, por exemplo, a questão do controle da natalidade.
A maciça propaganda sobre esse tópico, com todos os ares de conhecimento “científico”, moldou a sociedade atual. Mas sabemos quantas falácias havia e há nisso, embora você não vá ficar sabendo disso na universidade nem através da mídia.
A cultura da pílula alimentou e alimenta a indústria farmacêutica, escondendo das mulheres seus terríveis efeitos colaterais. Por trás de todo esse movimento cultural sempre estiveram interesses escusos.
Na Europa, o controle de natalidade levado a cabo no século XX, por pressão política e midiática, leva hoje ao quase colapso de uma cultura. Portanto, cuidado com o uso da palavra “ciência”. Ela se tornou a chancela para justificar (e esconder) qualquer coisa. É preciso ver quem está por trás do financiamento das pesquisas e quais e seus interesses geopolíticos.
A bola da vez é o tal “aquecimento global”, a menina dos olhos de quem se julga “cult” no momento. Tal teoria está sendo imposta como outro trator midiático. Há pesquisadores sérios de vários países (não são o Trump, o Bolsonaro ou o Edir Macedo!) apontando as fraudes e erros dessas pesquisas, mas eles simplesmente não aparecem, porque os financiadores de pesquisas e donos da mídia não deixam.
Atenção: o Washinton Post, a Folha de São Paulo, o Fantástico ou o presidente da França não são autoridades científicas. Ademais, quem entende um mínimo de filosofia da ciência está careca de saber que toda teoria científica é provisória e deve ser objeto de debate contínuo. Quando só um lado da discussão aparece, é porque tem sujeira embaixo do tapete. Ciência não se estabelece na base do “abafa”. O mesmo vale para a ideologia de gênero. O Dr. Dráuzio Varela escreveu artigo de muita repercussão, fazendo parecer que toda essa balela de gênero é científica e quem se opõe a ela é obscurantista.
E a galera embarca nessa onda, desconhecendo os inúmeros estudos contrários, intencionalmente não citados e não divulgados pelo trator midiático ideológico da pretensa ciência.
O papo iria longe, mas sugiro aos meus fiéis leitores, pelo menos, um pouco de cautela nesses assuntos e a busca de outras fontes de informação. Talvez haja muita luz no que se chama de obscuro e muitas obscuridades no que tem fama de ser iluminado.