José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

O cristianismo sob ataque (de novo!)

José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

O cristianismo sob ataque (de novo!)

José Francisco dos Santos

O final de ano foi marcado, entre outras coisas, por ataques ao cristianismo, em várias frentes e de modos diferentes. Destaco, em primeiro lugar, a ação movida por uma tal associação de ateus e agnósticos contra um show evangélico, que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, promoveu naquela cidade.

A tal associação considera que eventos de cunho religioso, que tenham algum financiamento público, são uma espécie de discriminação contra os ateus e ferem o “Estado laico”. A justiça do Rio de Janeiro concedeu a suspensão do show, acatando os argumentos dos ateus. Coube ao presidente do STF, Dias Tóffoli, em plantão, derrubar a decisão, afirmando que o judiciário não deve intervir em assuntos intangíveis.

Ora, embora o Estado seja laico, no sentido de que não se compromete, enquanto ente jurídico, com uma confissão religiosa particular, a nação, que é o conjunto do povo que compõe o Estado, não o é. O povo brasileiro, além de predominantemente cristão em número, tem uma tradição histórica ligada à religião, e os sentimentos e tradições de um povo compõem o seu “ethos”, sua identidade cultural, que uma frase escrita num papel, interpretada de qualquer modo não pode suprimir. Todos têm direito a entenderem, sentirem e se manifestarem como quiserem. Mas não podem impor suas convicções pessoais, absolutamente minoritárias, a toda a nação.

Depois foi a vez o grupo “Porta dos Fundos” apresentar um filme blasfemo, ofensivo e criminoso (de acordo com o artigo 208 do Código Penal), no seu “especial de natal”. A produção apresenta Jesus, voltando da tentação no deserto, dizendo-se apaixonado pelo demônio, porque ambos são gays. A Virgem Maria é apresentada como uma mulher devassa. O caráter grotesco desse dito humor é aberrante. Mas, na interpretação da justiça carioca, eles estão amparados pela liberdade de expressão. Agora, experimente algum cristão fazer uma piadinha à moda antiga sobre preferências sexuais de alguns dos integrantes do grupo. Aí será criminalizado por discriminação e ódio.

Por fim, o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, lançou, pela Netflix, o filme “Os dois Papas”, numa versão mentirosa e ficcional das figuras de Bento XVI e Francisco, inventando diálogos, fatos e circunstâncias completamente alheias à realidade. Na versão de Meireles, Bento XVI é prepotente e sedento de poder, e Francisco vem para redimir a Igreja, como se esta estivesse equivocada até então, e agora voltaria aos trilhos. Soube do filme ao ouvir um comentário de jornalistas da Globo News, que rasgaram elogios à produção.

Por ali, já vi que não seria coisa que prestasse. Dito e feito. Mas muita gente vai ver o filme e achar que entende tudo de catolicismo, a partir da visão desinformada e mal intencionada de um cineasta que nem católico é. Dada a grande exposição midiática, não duvido que ganhe algum Oscar, e aí a fantasia vai alçar voos ainda maiores.

E tudo isso é vendido como produto de “intelectuais”. É como se a nós, cristãos, faltasse alguma quantidade de massa cinzenta, que sobra nos que nos afrontam. Só numa cultura que elege suas conveniências de momento como verdade essa inversão é possível. Que Deus nos dê mais paciência e não permita que nossa Inteligência seja embotada pelo embalo da mídia.

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