José Zancanaro é o novo presidente da Câmara de Brusque

Votação aconteceu nesta terça-feira

José Zancanaro é o novo presidente da Câmara de Brusque

Votação aconteceu nesta terça-feira

Em uma das eleições mais movimentadas dos últimos anos, o vereador José Zancanaro (PSB), da chapa 1, foi eleito o novo presidente da Câmara de Vereadores de Brusque. A eleição aconteceu durante a última sessão ordinária do ano, nesta terça-feira, 18.

Na disputa, também estava o vereador Paulo Sestrem (PRP), da chapa 2. O novo presidente foi eleito com nove votos, duas abstenções e quatro votos na chapa 2.

Compõem a mesa-diretora da Câmara em 2019 ao lado de Zancanaro o vice-presidente, Ivan Martins (PSD); Gerson Morelli, o Keka (PSB), como primeiro secretário; e Cleiton Bittelbrunn (PRP), como segundo secretário.

A chapa 2 era composta por Sestrem; Marcos Deichmann (Patri) como vice-presidente; Claudemir Duarte, o Tuta (PT), como primeiro secretário; e Sebastião Lima (PSDB) como segundo secretário.

A votação foi aberta, ou seja, cada vereador foi chamado por ordem alfabética até a tribuna para declarar seu voto em uma das chapas.

Alessandro Simas (PSD), André Rezini (PPS), Cleiton Bittelbrunn (PRP), Ivan Martins (PSD), José Zancanaro (PSB), Leonardo Schmitz (DEM), Joaquim Costa (PMDB), Gerson Morelli (PSB) e Jean Pirola (PP) votaram para a chapa 1.

Paulo Sestrem (PRP), Sebastião Lima (PSDB), Celso Emydio (DEM) e Claudemir Duarte (PT) votaram na chapa 2.

Ana Helena Boos (PP) e Marcos Deichmann (Patri), que inclusive, integrava a chapa 2 como candidato a vice-presidente, se abstiveram da votação.

A eleição da nova mesa-diretora esteve no centro das atenções nas últimas semanas. Inicialmente, estava encaminhado para que Sestrem assumisse o cargo, cumprindo-se o acordo feito por um grupo de nove vereadores ainda em 2016, instituindo um rodízio da presidência.

Pelo acordo, em 2019 seria a vez de Sestrem assumir, porém, não aconteceu. Alguns vereadores que integravam o grupo na época, que era intitulado como de oposição ao governo de Jonas Paegle, passaram para a base de apoio do governo e, assim, o acordo inicial foi rompido.

Às vésperas da eleição, ventilou-se nos bastidores ainda, os nomes de Ana Helena Boos e Marcos Deichmann como possíveis candidatos em substituição a Sestrem, numa tentativa de conseguir os votos necessários para que o grupo mantivesse a presidência, porém, a mudança não se confirmou, Sestrem se manteve como o cabeça de chapa e foi derrotado na eleição.

Grupo de oposição racha na escolha do candidato

Após o resultado da eleição, os vereadores se manifestaram. Sestrem, mais uma vez, falou do acordo feito em 2016. “Tínhamos decidido revezar a presidência para que a prefeitura não tivesse influência sob a Câmara. A gente sabe que a Câmara sempre foi um puxadinho da prefeitura e é isso que queríamos evitar”.

Ele afirma que em 2016, o grupo deixou livre os vereadores para fazer parte da base do governo ao longo da legislatura, entretanto, o acordo sobre a presidência ficaria mantido. “Nos dois primeiros anos foi cumprido. Era para ser eu, por isso que mantive o meu nome na chapa. Não tivemos os votos que esperávamos, os vereadores Cleiton e Pirola romperam o acordo pouco antes da eleição. E nesses últimos dias, depois da sessão passada, teve uma força externa muito forte que influenciou a decisão de alguns membros do grupo”.

Um dos integrantes do grupo formado em 2016, o vereador Leonardo Schmitz (DEM) votou para a chapa de Zancanaro. Ele justificou a mudança de posição devido ao racha interno e pela indefinição do nome que o grupo apresentaria na eleição.

“Selamos o compromisso de votar na chapa do Paulinho, mas diante da situação dos últimos dias, o grupo começou a se decompor. Começaram a surgir outros nomes e no momento da reunião até coloquei o meu à disposição. Faço parte da base do governo e até chegar à sessão não tinha um candidato definido. Cheguei na insegurança de votar por essa questão e então segui a orientação do governo e do meu partido”.

A vereadora Ana Helena Boos (PP) preferiu se abster da votação e justificou sua posição pelo fato de não concordar com o candidato da base do governo e também devido a desentendimentos do grupo que faz parte.

“Dentro do nosso grupo tiveram desentendimentos, algumas coisas obscuras que, de acordo com a minha coerência, meus princípios, não permitiram que eu votasse. Para eu continuar de cabeça erguida, na minha tranquilidade, na minha paz, ciente de que estaria fazendo correto pela cidade, o caminho seria me abster para não ter arrependimentos”.

Ela confirmou que seu nome foi um cotados para substituir Sestrem na chapa, entretanto, os integrantes acharam melhor continuar com o nome acordado em 2016.

Deichmann também se absteve. Ele diz que sua decisão foi tomada após as negociações de bastidores. “Assim como a vereadora Ana Helena, eu não concordo com qualquer tipo de negociação ou conchavo político para alcançar uma posição maior dentro da política. Esse tipo de pressão, de ameaças, eu não concordo. Não concordo com negociações para benefícios próprios e, infelizmente, houve isso dentro do nosso grupo também. Me senti traído”.

Líder do governo na Câmara, Alessandro Simas (PSD) comemorou a vitória do candidato governista. “A eleição de Zancanaro se construiu no fim de semana, quando ficou muito evidente que alguma coisa não estava fechando no grupo que teria a maioria.

Conversamos, tentamos reorganizar o nosso grupo e conseguimos os nove votos. O outro grupo, até as 17h30 não tinha um candidato definido. Ficou claro que o acordo não existia mais e trabalhamos na possibilidade aumentar o nosso número de votos”.

Zancanaro: “O direito de espernear é de cada um. Quem estava meio fraco das pernas, esperneou”

O novo presidente da Câmara diz que sua eleição foi democrática e que a partir do ano que vem trabalhará em conjunto com a administração para desenvolver o município. “O direito de espernear é de cada um . Quem estava meio fraco das pernas, esperneou, agitou, mas nós com muita tranquilidade fomos conversando com nossos pares e através de muita conversa, conquistamos a eleição. Agora, vamos fazer o que for melhor para Brusque, em harmonia com a administração municipal”.

Encerrando o mandato à frente da Câmara, Celso Emydio diz que a mudança é boa para o bom andamento dos trabalhos legislativos. “A decisão da mudança é fundamental. Novas cabeças, novas ideias, a Câmara encerra hoje praticamente esse mandato e esperamos que o eleito faça um trabalho produtivo. Acredito que a representação da Câmara está bem feita na figura da nova mesa-diretora”.

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